quinta-feira, 11 de junho de 2009

Arte Rupeste

Hoje, feriado nacional, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, dei um pequeno intervalo ao trabalho e aos estudos e aproveitei para voltar às corridas matinais.
E numa das poucas voltas que dei ao estádio universitário, singular gravura, observado de relance, conquistou-me a atenção e os pensamentos.
Uma típica declaração de amor: um coração com a adição do nome de dois pombinhos. Tal como esta, muitas outras inscrições se aglomeravam em toda a árvore.
E então fez-me pensar: quem terá sido a primeira pessoa a cometer acto de "vandalismo" à mãe natureza? É como a invenção do fogo ou da roda. Acto singular, copiado por todos, espelhado pelos quatro cantos do mundo e sem um registo de patente. Um incógnito para sempre.
Mas o que é que deverá ter passado pela cabeça de tal indivíduo? será que na altura já não havia espaço para pintar nas pedras? ou será que tal acontecimento apareceu antes de qualquer gravura rupestre? A erosão temporal demora a fazer efeito numa pedra, ao contrário de uma árvore, que sendo um ser vivo, transforma-se e renova-se no tempo.
Vendo bem, a ideia é mesmo genial. Provavelmente o primeiro acto ecológico do ser humano. Uns cortes num troco de uma árvore não lhe faz mal nenhum, pelo contrário, por vezes esses cortes ajudam a crescer novos ramos, a fortalecer a própria árvore.
Se bem que no fundo, não se esqueçam que é de uma vida que estamos a falar. Pode não ser humana, mas continua a ser um ser vivo que muito contribui para a nossa saúde.
Mas o acto de genialidade ecológica é que a nossa acção de "vandalismo" pode ser limpo automaticamente com o próprio crescimento da árvore.
Ao contrário dos rabiscos numa parede que duram milhões de anos, tal como se tem encontrado e verificado um pouco por todo o mundo. Pior, desenhos de um artista que dificilmente continua a habita entre nós, obriga-nos, milhares de anos depois, a mudar o rumo da nossa história. Barragens que são desviadas, dinheiro que é gasto em preservação. Incrível como um simples gesto influência a vida de milhares de pessoas vastos anos depois. É o efeito borboleta milhares de anos depois. Por isso pensem bem no que estão a fazer, pois os vossos actos vão influenciar outras vidas outros seres, para bem ou para mal.

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