segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

O dar e o receber

Para acabar bem o ano, decidi publicar duas mensagens neste último dia:) Na verdade comecei a escrever o post "O antes e o depois" que depois divergiu para este. E decidi separa-los por temas distintos.
Neste final de ano andei a reflectir sobre o passado e o futuro. E para esse futuro o mais natural é termos desejos, pois sem eles não vamos a lado nenhum.
E acho que devemos ser ambiciosos nos nossos desejos. Temos que pensar em alto. Não nos deixarmos conformar com o que temos. Pois só isso faz com que exigimos o máximo de nós. Mas atenção que ambição não é o mesmo que ganância. Por um milhão de euros eu sou feliz, mas por 100 mil sou eu e uma população inteira de um país africano felizes. Temos que querer crescer como pessoa, connosco próprio e para com os outros. Há que saber respeitar o próximo para ser respeitado. O dar e receber.
Eu acredito que o mundo é feito de um equilíbrio extremo. E para todo o equilíbrio tem que existir duas partes: um par e um impar, um mais e um menos, 0 ou 1, macho ou fêmea. O dar e o receber. Em que os dois não necessitam de acontecer na mesma altura, pois se existe equilíbrio também existe desequilíbrio. Mas no fim o equilíbrio prevalece. Por isso eu acho que se damos hoje, mais cedo ou mais tarde havemos de receber em troca. Trocando de palavras, se eu fizer um bem hoje depois serei recompensado. Num plano mais teológico, Deus há de me recompensar com o bem praticado.
E destas palavras não se pense que fazer um mal origina receber um bem. Pois nesta frase há dois conceitos, 4 partes: fazer e receber, o mal e o bem, o que na sua conjunção não dá um equilíbrio. Onde fazemos um mal e recebemos um mal ou fazemos um mal e fazemos um bem. São ambos equilíbrios, mas do meu ponto de vista são negativos e sem ambição. Soa ao exemplo de um arbitro de futebol que comete um erro de arbitragem contra uma equipa, mas para não a prejudicar, acabar por aceitar um segundo erro contra a outra equipa. Equilibra as contas, mas no fundo o que acontece é o arbitro errar duas vezes. Aceitável? acho que não, lá porque alguém nos rouba, não quer dizer que devemos roubar alguém. Errar é humano e o arbitro é humano como todos nós. Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. O ajuste há que vir naturalmente. De uma forma ou de outra.
Contudo há que relembrar que para receber temos que estender a mão. Ou seja, também não devemos ficar à espera que as coisas nos caem no colo, mas saber criar a oportunidade para que o equilíbrio aconteça. Não vamos desejar marcar um grande golo se nunca chegarmos a chutar à baliza.
Por isso a premissa para o novo ano será aceitar o próximo como ele é, aceitar os seus erros tal como os nossos deverão ser aceites. Não exigir nada, mas dar tudo. Pois no fim, com atitude, tudo se irá compor.

O antes e o depois

Estamos no final do ano e muitos são aqueles que fazem projectos para o futuro. Definem metas para este novo ano. O que eu vou fazer e não fazer com o tempo que tenho e não tenho.
Também nesta altura se revêm nos media os acontecimentos que passaram este ano. Os melhores e os piores momentos. E nós? reflectimos sobre o que fizemos este ano? tivemos bem ou tivemos mal? Ou será que fizemos isso há uma semana atrás na expectativas das prendas do Pai Natal? fomos bons meninos?:)
Mas para planear o nosso futuro, há que pensar no passado, saber aprender com o que fizemos bem e corrigir o que esteve mal. Saber tirar e estudar bem a lição. Uma reflexão sobre o nosso tempo. Não podemos corrigir o passado mas podemos rescrever o futuro.
Não devemos ficar colados com o passado. E se em vez aquilo fosse o outro agora seria assim? E se não fosse como foi então...? E se...? E se...? E se... A verdade é que o passado não vai mesmo mudar por mais que possamos desejar. Há que olhar em frente e dizer: Isto foi assim, agora terá que ser assado. As situações não se repetem, por isso aprender com o passado não é gravar e rescrever a situação para que no futuro possa ser diferente. Mas deviamos estudar a situação e tirar conclusões. Exactamente o que mesmo que devia acontecer na escola ou universidade. Ao contrário de decorar os passos da solução (mecanizar), temos que entender o problema e entender a solução (estudar). Se o problema varia de A para B os passos são outros, a solução é a mesma. E se o estudo fizer mesmo lógica, mais facilmente nos recordamos dessa lógica do que a memória gravada. Tal como um computador, suponho que o nosso cérebro, se comportará como uma memória Ram, que quanto mais informação conter, mais lento funcionará. E não será difícil entender que uma recordação ocupa mais do que a própria lógica.
Então há que estudar o passado para traçar o futuro. Não faz sentido dizermos que estamos presos ao presente, pois o tempo avança, quer a gente queira ou não. Temos é que decidir o que fazer com ele.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Familia

Feliz Natal a todos os meus muitos leitores:)
Uma altura onde cada um está com a sua família a celebrar o nascimento de Jesus Cristo. A mesma família que nos atura e nos alegra. Um dos grandes valores da vida humana, que nos últimos tempos se tem diluído. Em que trocamos por coisas materiais e externas. Será difícil imaginar uma família onde cada quarto ou sala tem uma televisão, e cada membro da família está na sua própria divisão. Jantares desfasados por diferenças de horários. Férias, cada um no seu canto do mundo.
Filhos cada vez mais velhos, sinónimo de independência, o que implica distanciamento de pais e irmãos. Eventualmente para criar novas famílias e aumentar a antiga.
Este talvez seja dos poucos momentos do ano em que uma família se reúne para o mesmo objectivo. E infelizmente, cada vez mais num objectivo de receber presentes. Num mundo capitalista e materialista, quem não corre e luta a procurar a prenda ideal para os seus pares? Ou que simplesmente não corre e dá um tiro no pé. Uma autêntica sociedade de consumo.
Havia de ser interessante de ver um ano em que ninguém comprava prendas. Simplesmente um convívio de família. Aproveitava-se muito mais o prazer de estar com eles, mais tempo livre, sem o stress das compras, o desgosto de não receber a prenda ideal e pelo contrário receber um estranho utensílio para ganhar pó no armário.
Mas enquanto não nos perdemos para sempre, há que aproveitar bem o jantar de Natal e a noite da consoada. O inúmeros jantares entre amigos e colegas. A presença de amigos e familiares emigrantes que voltam a casa e não os vemos há tantos dias. Sentir o calor reconfortante das luzes de natal na presença daqueles de quem amamos.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Não existe sem partilha

Este post é dedicado a um grande amigo meu e provavelmente o meu único leitor, há que estimá-los:) Ele andou a queixar-se que eu já não escrevia nada há algum tempo. Por isso aqui tens:)
Na realidade não pretendo fazer disto um blog que escrevo diariamente ou com regularidade fixa. Muito dependerá da minha disponibilidade e disposição.
Mas como é de leitores que sobrevive um blog, vou tentar escrever sempre que puder. Se ninguém ler o que escrevo, basicamente é como que não existissem estas palavras. Morreriam comigo. Deixo a minha opinião e as minhas experiências, e se ninguém as ler, este blog não será mais do que um repositório pessoal da minha memória. Ela que viva para sempre:D

Tal como tudo na vida, se algo não for partilhado por outras pessoas é como que não existisse. As experiências que temos diariamente, muitas delas sozinhas, se não forem contadas ou partilhadas, elas só viverão na nossa memória e connosco desapareceram. Não estou a dizer que não devem existir pois poderão enriquecer-nos pessoalmente. Mas para o mundo e para a historia não existiu.
Há uns tempos a actriz Margarida Vila-Nova fez uma viagem à Austrália e escreveu um livro sobre a sua experiência. Claro que dele veio benefício financeiro, mas mais do que isso a sua vida e memória é partilhada, e enquanto sobre ela se falar numa conversa de café, ela sempre existirá para o mundo.
De um ponto de vista oposto, podemos imaginar que o primeiro homem a pisar a Lua não foi o Luis Amstrong, mas sim o meu vizinho do terceiro direito. Ele é que decidiu nunca contar a ninguém:) . E como tal, para o mundo conhecido e pelo que foi partilhado é assumido que o primeiro homem a tocar na face da Lua foi mesmo o americano e não o tuga do meu vizinho.
Claro que talvez esteja a exagerar um pouco no último exemplo, mas outros exemplos mais simples e mais prováveis se poderia enumerar. Principalmente se não negarmos a existência natural de sociedades secretas por esse mundo fora.

Mas como é de factos que alimenta a historia, é assim que ela existe. Pelo menos até prova contrário.
E assim se faz a história de hoje.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Porquê os meus pensamentos?

Ora ai está uma bela pergunta: Porquê os meus pensamentos? porque é que eu hei de partilha-los com vocês? eles são meus.
Então porquê? porque sim. Porque é que a pergunta não será: E porque não partilha-los? :)

Já pensei se alguma vez alguém me haveria de dar dinheiro pelos meus pensamentos. Pagar-me pelo que penso na altura. E a resposta é que depende. Como tudo nesta vida, tudo depende do valor:) Mas acredito que haja quem, em alguma altura da sua vida, tenha pensado em pagar pelos meus pensamentos. Nem é difícil de imaginar. Basta olhar para um casal de namorados que quer agradar ao seu parceiro, que jeito dá nessas situações os poderes do Matt Parkman, interpretado por Greg Grunberg em Heroes. Enfim, enquanto não há poderes de heróis na loja dos trezentos, alguém interessado no que estou a pensar? :)

Na verdade, necessito de me exprimir.
Quem tem a felicidade de me conhecer pessoalmente sabe que eu sou pouco falador (mas não pouco comunicador - se nos lembrarmos que uma comunicação tem sempre duas faces - pois sou um bom oyente :D).
Então pretendo fazer deste blog, um local onde escrevo sobre a opinião que não dou no dia-a-dia. Falar sobre qualquer tema que me venha à cabeça. Mais intelectual ou menos intelectual. Mais texto ou menos texto. Mais erro ou menos erro (sim contem com isso:) ) Mas no fim o que interessa mesmo é escrever alguma coisa.

Há uns anos atrás num convívio entre amigos, do meio de um silencio a desfrutar da paisagem e de um belo sol, uma amiga pergunta-me se eu não quero um computador. Talvez um igual ao que eu tenho mesmo agora à minha frente. Para fazer exactamente o que estou a fazer agora...