domingo, 27 de julho de 2008

Ontem, Hoje, Amanhã

Desta vez volto a escrever-vos no meio do Alentejo. Mas não voltei à quinta dos meus tios, o Monte da Cegonha. Desta vez é em movimento e em parte incerta. Céu azul que cobre os montes e vales que , passam.
A conviver o mesmo metro quadrado com gente desconhecida. Certamente boa gente e humilde. Lembro-me que da última vez que andei de comboio também foi em direcção ao Algarve. Na companhia de uma mulher menos jovem. Bastante simpática. A lembrar aquelas avós que levam os seus netos todos os dias ao parque para comer um gelado. Tornou certamente a viagem mais agradável e única.
Curiosamente também foi na mesma altura e pelas mesmas razões que me levam a fazer esta viagem em direcção ao sul de Portugal. Sábado à noite: jantar de anos de um dos meus maiores amigos, levam-me a adiar uma viagem aos ventos do sul. Mas mesmo só restando o dia santo para gozar, a paixão é maior e cá estou eu num domingo de manha a 224km/h. O relatório de ontem é que o vento esteve mesmo forte, e as previsões apontam para o mesmo vento. Por isso a ânsia de chegar é enorme.
Mesmo dormindo menos do que desejava, espero mais um dia em cheio para a prática de windsurf. As coisas nunca são como desejamos, e são estas adversidades que nos apimenta a vontade de viver, que dão um significado único à nossa vida. Tiram-nos da rotina diária e aborrecida. Tornam os dias únicos. Colocam um ponto de interrogação no dia de amanha e ainda bem. Se soubéssemos à partida o que iria acontecer no futuro. Viver deixava de fazer sentido
E se na semana passada referia que tinha tido uma semana complicada. Meus amigos, nunca podemos dizer que atingimos o máximo. O limite é o imaginável. E a verdade é que a semana que passou foi das mais complicadas da minha vida. Mas lá está. A alegria de ter ultrapassado mais um grande obstáculo dá-me força para enfrentar desafios ainda maiores. É como um atleta de alta competição. Hoje bate o recorde mundial. Amanhã a vontade é de voltar a ultrapassar o limite.
Por isso amanha é uma incógnita na minha vida. Mas certamente darei o meu melhor para mim e para o próximo.

domingo, 20 de julho de 2008

No Monte da Cegonha

Eu tento escrever com algum regularidade para dar sempre algo novo aos meus muitos, muitos fãs:D E com razão, esta semana queixaram-se que não andava a "pensar". Mas realmente o trabalho nestes últimos dias foram penosos. Eu que gosto de dormir as minhas 8 horas, por vezes nem conseguia estar tanto tempo em casa.
Mas não me vou queixar. Primeiro porque sei que há muita gente que pelos seus fazem mais e têm vidas mais complicadas. Por muito difícil possa ser a minha vida, eu sei que é muito melhor que a vida de muita gente. Não tenho reais razões para me queixar. Tenho é obrigação de não desperdiçar as oportunidades que tenho. E encontrar nestas dificuldades o incentivo positivo para tentar fazer melhor. Não me posso deixar ir a baixo por estas "pequenas" dificuldades. E arranjar a desculpa para esmorecer. Pelo contrário, é aqui que encontramos a força extra para fazer mais e melhor. Pois a recompensa é claramente enorme. A satisfação de dever cumprido é maior, quanto maiores forem as dificuldades.
Por isso, antes de me queixar, quero realçar a beleza que a vida nos dá e o que temos que aproveitar. Se as manhas e as noites estão a ser utilizadas para descansar. Gozo desta linda tarde de sol. Depois de uma manha de verão nublada e a assombrar este belo dia de domingo para escrever o que não consegui durante a semana.
Aproveito o excelente ambiente que se vive na quinta dos meus tios no alto Alentejo e escrevo o que me vai na alma. Inspirado pela bela natureza tranquila e esverdeada. Sempre na presença da minha numerosa família que agora rodeia a piscina na amena cavaqueira. E neste momento ladeado pelos cães que sem razão aparente começaram a ladrar em meu redor:D
Infelizmente o nosso dia a dia é longe deste sossego todo. Na sociedade que vivemos quase que somos obrigados a viver numa metrópole. É lá que se encontra o nosso pão do dia a dia. Mas também é lá que se encontra a poluição, o ruído, as multidões e confusões, o transito, o cinzento e o betão. Não é que seja tudo mau, mas claramente aqui está-se melhor:)
Nos últimos tempos tenho procurado casa para comprar. E tenho visto dentro da cidade. Óbvio que preferia comprar fora de Lisboa, eventualmente junto mar. Mas como faço grande parte da minha vida na cidade, isso obriga-me a pegar no automóvel e perder horas do meu precioso tempo. Todos se queixam da falta de tempo. Não temos mais que 24 horas diárias, temos é que saber como as aproveitamos. E prefiro viver na cidade e poder ir a pé para o emprego como faço actualmente. São 15/20 minutos que tenho aproveitado para fazer as minhas orações diárias. Não há minuto que se desperdiça;)
Por isso se não podemos fugir à vida citadina, há que valorizar estes momentos de convívio com a natureza. E não é preciso ir para fora para encontrar paisagens deslumbrantes ou praias paradisíacas. No nosso cantinho que é Portugal, natureza é o que não falta. O que falta é arranjar um espaço do nosso tempo para aproveitar um ir lá para fora cá dentro.
A paisagem neste meu cantinho é lindo, montes alentejanos ao longe, árvores, plantas e relva em todo o lado. Família unida, tios à sombra da churrasqueira, primos e irmãos dentro e fora da piscina. E um sol maravilhoso.
Neste momento não há preocupações, só há o simples gozo do bom que a vida nos dá.
Por isso deixo os meus pensamentos para o próximo dia e volto para o convívio da família. O centro da nossa felicidade e o fundamental da vida.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Bits e Bytes

Mais uma vez, se tem exigido um esforço extra no trabalho. O fim do projecto aproxima-se e é necessário que as coisas estejam prontas a tempo e horas. Horas a fio a teclar bits e bytes. As poucas horas que restam das 24 diárias servem só para alimentar e dormir. Recuperar forças para outro dia exigente. E mesmo para um aficionado em computadores, chegar a casa e ligar o pc para lazer até passa a ter a mínima das prioridades.
Muitos são aqueles que me imitam diariamente. Mas acho que me destaco pelo simples prazer de programar. Muitos vê a programação como simplesmente um mal para atingir um fim: o salário. Uma geração inteira entrou no boom tecnológico do século passado. Contudo actualmente ainda existe muita procura de programadores. Informática é uma das saidas profissionais mais requisitadas. E por isso, continua a entrar no mercado, pessoas que de certa forma não são vocacionadas. Mas tal como todos nós, têm que se safar na vida. São bits e bytes que significam cifrões.
Mas para mim, programação é muito mais do que isso. A palavra chave será construir, conceito que divaguei no outro dia. A importância de construir em vez de destruir.
O prazer de construir vem desde novo. Quando construia com a minha irmã a nossa aldeia de playmobil.
Quando era miúdo queria ser Eng. Civil. Talvez um pouco por influência do meu pai, um engenheiro civil. O conceito baseia-se em construir algo, neste caso edifícios e afins. Mas o futuro passa pelas novas tecnologias. Hardware e software. E é ai que actualmente cresço todos os dias.
Se antes é construir casas, agora é construir aplicações. O prazer de aplicar a nossa inteligência para criar um algoritmo xpto que a melhor comportamento e performance possível. Ao mesmo tempo simplificar ao máximo o algoritmo para o ser o mais complexo de uma forma simples. E que possa ser entendido por qualquer pessoa.
Construir funcionalidades que nos ajudam no dia a dia mas que não são coisas palpáveis. Construir um algoritmo que num piscar de olhos me conte o numero de vezes que utilizei a letra 'a' neste texto sem as falhas do olho humano -> 248:)
E melhor ainda se conseguirmos aplicar algum autonomismo a essas aplicações. Que funcionem sozinhas e evoluam. Que tenham de certa forma alguma "inteligência". A inteligência artificial é uma área que me fascina. Talvez ainda vá trabalhar para a Skynet;)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Construir para conquistar

O nosso planeta está cada vez mais instável. E por isso cada vez mais assistimos situações de cheias, de terramotos, de furações, de incêndios, etc.
É incrível a facilidade com que se destrói o que o humano constrói em anos. Seja destruição natural ou humana.
Imaginem o trabalho, o esforço, o tempo e a energia gasta para construir uma ponte a ligar duas vilas da terrinha. E depois basta uns meros segundos para o mandar ir a baixo. Um estalar de dedos.
Ou de um ponto de vista quotidiano, quem é que já construiu um castelo de cartas? o tempo e o cuidado despendido para empilhar uma serie de cartas. No fim o prazer de tarefa cumprida e satisfação de realização. Depois, em uma questão de segundos, todo esse esforço se desmorona com um mínimo esforço.
Destruir é fácil. Construir é que dá trabalho, é o que tem realmente valor.
É por isso que muitas vezes custa-me deitar fora o quer que seja. Não por ser materialista. Pelo contrário, tento ser o menos possível. Mas acabo por guardar muita coisa, pois custa aplicar aquela teoria do "usar e deitar fora". Numa sociedade consumista de hoje em dia, e com os produtos de baixo preço vindos do oriente, cada vez é mais utilizado essa máxima. Ignorando ainda o conceito de reciclagem. Não basta estar na moda reciclar, é preciso compreender a sua funcionalidade.
E é desse ponto de vista de reciclagem que aceito com agrado a destruição. É o reconstruir, o renascer.
Claramente sou a favor da construção em vez da destruição. Mesmo nas relações inter pessoais há que ser construtivo e nunca destrutivo. Rebaixar o outro só nos leva a rebaixar também. E a cima de tudo não nos leva a lado nenhum. Há que crescer em vez de piorar. Comparar-nos com os melhores para evoluir e sermos melhores.
Conquistar o nosso direito de viver neste planeta e construir um futuro melhor.