domingo, 22 de março de 2009

Mafia Chinesa

Não, não é desta que vou admitir que existe na realidade. Antes pelo contrário, ultimamente tenho jogado ao Mafia Wars on Facebook, onde tenho evoluído com a minha própria máfia:)
Para atrair mais gente, as redes sociais têm apostado nas associações com jogos virtuais. Já não são só um rede de contactos e partilha, mas sim um servidor de jogos.
O mercado dos jogos virtuais é enorme. Toda a gente já jogou algum tipo de jogo regularmente. E diariamente milhões de pessoas continuam a jogar, online e offline.
Mas depois de passarem horas a jogar e olharem para o tempo que passou, nunca tiveram a sensação do vazio no tempo? O que é que eu fiz durante este tempo todo de útil e produtivo?
Um jogo pode ser viciante. Absorve-nos totalmente e o tempo passa num ápice. Mas porquê?
O mundo virtual permite-nos escolher a personagem que vamos encarnar. Podemos ter uma segunda vida. Mas é o modo como evoluímos no jogo que nos torna únicos dentro desse mundo virtual. Não sendo necessariamente o modo de vida que levamos na vida real. Alias, muitas vezes é aquele 'eu' escondido e obscuro que se liberta num mundo irreal. Em que no mundo onde vivemos não se adequa, mas num ambiente controlado e omisso sobrevive gloriosamente. O pior é quando esse lado oculto é transportado do mundo virtual e se torna real. Originando, mediáticos massacres em escolas, ou eventualmente casos de esquizofrenia.
Contudo, os jogos também têm coisas positivas. Por um lado, distraem-nos e relaxa-nos, onde num mundo cada vez mais atribulado é necessário tirar algum tempo para nos abstrair e descansar dos problemas. Por outro lado podem ser didácticos. Os jogos puxam pela nossa imaginação, ajudam-nos a ser criativos. Os jogos de estratégia ajudam-nos a pensar e raciocinar. Temos jogos de destreza e aptidão mental. Até podem ser culturalmente interessantes, pois muitos dos jogos absorvem conceitos da Terra que diariamente habitamos. Exemplo ideal, a saga do Civilization. Onde para além da criação de uma civilização para o domínio mundial, existe uma evolução cultural e tecnológica com base na nossa humanidade. E inúmeras são as informações sobre os vários povos, monumentos, tecnologia, etc. Uma autêntica enciclopédia.
Mas como tudo na vida, jogar também deve ser feito com moderação. Tudo em excesso é mau. Mesmos jogos inofensivos ou mesmo educativos. Quando jogamos, estamos a viver outra vida. A nossa, real, fica em suspenso. Parado numa cadeira ou sofá. Onde tipicamente só se mexem os olhos e as mãos. Se bem que hoje em dia, e cada vez mais, o jogos, principalmente nas consolas, permitem uma interacção com o jogo mais evoluído. Um simples teclado ou um rato já não bastam. Agora há comandos xpto, óculos virtuais, pedais, guitarras ou mesmo baterias para bandas. A tecnologia é cada vez mais avançada, tornando o irreal cada vez mais real. Com um único objecto, de nos envolver cada vez mais no mundo virtual do qual não vamos querer sair.

domingo, 15 de março de 2009

O tempo custa a passar.

"Tempo é dinheiro" é o que se costuma dizer.
Mas não tem o mesmo valor para toda a gente, nem tem a mesma duração. Já Einstein com a sua Teoria da Relatividade mostrava que o tempo é relativo.
E a verdade é que para alguns o tempo custa a passar.

Hoje vi uma imagem que me deixou a pensar.
O tempo que a gente gasta, não por gosto, mas devido às circunstancias somos obrigados a passar. E que o retorno de longe é recompensado.
Para agravar, esta crise de ricos tem nos afectado a todos, e vem aguçar estas situações.
Contudo tenho sempre que agradecer a Deus pela vida que levo. Por pior que ela seja. Por pior que ela me pareça injusta. A verdade é que podia ser bem pior. Não é melhor porque não soube aproveitar da melhor maneira as oportunidades da vida.
Mas são as imagens de hoje que me fazem relembrar destas tristes situações de pobreza. Pobreza financeira. Pobreza de alegria. Pobreza de espírito. Pobreza de vida. E já nem me refiro a situações ainda piores, vividas em outros continentes, em condições desumanas. E que por vezes nos passam ao lado do pensamento, pois estão a quilómetros de distância. Mas hoje esteve a centímetros de distância. Uma imagem real, que quase que dava para tocar. Uma imagem simples, de uma cultura que se habitua a sofrer. Uma imagem quotidiana, que passa muitas vezes pelos nossos olhos, mas não lhe damos atenção. Uma imagem que lá está, e que infelizmente deverá continuar a estar por muito mais tempo.

A imagem de uma jovem sentada num banco do Centro Comercial Colombo, num belo domingo de sol. Rodeada de gente. Mas essa gente não lhe fala. O sol não lhe bate. E o banco encontra-se no meio de um dos corredores do centro comercial. Ao lado encontra-se uma bancada cheio de objectos inúteis, que nenhum transeunte se atreve a comprar. O olhos tristes da jovem focam o chão frio. Os pensamentos, de certo, longe do ambiente envolvente. As circunstâncias levam-na a sujeitar-se a um trabalho pouco remunerado, sem clientes, mas à vista de todos. Numa postura corcunda sobre a cadeira de madeira o tempo custa a passar.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Fim do sétimo dia.

Há uns anos atrás, as leis do socialmente admissível para um jovem estudante foram quebradas, ao ponto de participar em uma aula de matemática do "Prof. Einstein" a um feriado! Pensei que fosse o fim da vida tal a conhecia e que tudo era possível.
Mas afinal não há limites. Este fim de semana, pela primeira vez, não tive mesmo direito ao sétimo dia. A isso o trabalho exige.
Ninguém gosta destes desvios de plano. Somos contratados para uma coisa, mas as exigências são maiores e somos levados para maus caminhos. Contudo desde que estas excepções não se tornem regra, só nos fazem é bem.
Faz-nos sentir que conseguimos ir mais do que o normal, que somos capazes.
Faz-nos sair da rotina diária. Torna os dias únicos, e são estes os dias que iremos recordar até a eternidade, para o bem ou para o mal.

Além disso, será que conseguíamos exigir tanto de nós, se não gostássemos do que estamos a fazer? Eu gosto. E naturalmente torna as coisas mais fáceis. Não digo que vou fazer isto a vida toda, provavelmente não, espero que não. Tudo tem um prazo de validade. Mas vou gozando enquanto posso. Tirar partido das situações com que me deparo.

Agora tornar este tipo de vida uma rotina. Claramente que não. Mesmo gostando do que faço, não deixa de ser por obrigação. A vida pode ser muito mais do que trabalho. Amigos ou família, ou mesmo o windsurf:)