domingo, 15 de março de 2009

O tempo custa a passar.

"Tempo é dinheiro" é o que se costuma dizer.
Mas não tem o mesmo valor para toda a gente, nem tem a mesma duração. Já Einstein com a sua Teoria da Relatividade mostrava que o tempo é relativo.
E a verdade é que para alguns o tempo custa a passar.

Hoje vi uma imagem que me deixou a pensar.
O tempo que a gente gasta, não por gosto, mas devido às circunstancias somos obrigados a passar. E que o retorno de longe é recompensado.
Para agravar, esta crise de ricos tem nos afectado a todos, e vem aguçar estas situações.
Contudo tenho sempre que agradecer a Deus pela vida que levo. Por pior que ela seja. Por pior que ela me pareça injusta. A verdade é que podia ser bem pior. Não é melhor porque não soube aproveitar da melhor maneira as oportunidades da vida.
Mas são as imagens de hoje que me fazem relembrar destas tristes situações de pobreza. Pobreza financeira. Pobreza de alegria. Pobreza de espírito. Pobreza de vida. E já nem me refiro a situações ainda piores, vividas em outros continentes, em condições desumanas. E que por vezes nos passam ao lado do pensamento, pois estão a quilómetros de distância. Mas hoje esteve a centímetros de distância. Uma imagem real, que quase que dava para tocar. Uma imagem simples, de uma cultura que se habitua a sofrer. Uma imagem quotidiana, que passa muitas vezes pelos nossos olhos, mas não lhe damos atenção. Uma imagem que lá está, e que infelizmente deverá continuar a estar por muito mais tempo.

A imagem de uma jovem sentada num banco do Centro Comercial Colombo, num belo domingo de sol. Rodeada de gente. Mas essa gente não lhe fala. O sol não lhe bate. E o banco encontra-se no meio de um dos corredores do centro comercial. Ao lado encontra-se uma bancada cheio de objectos inúteis, que nenhum transeunte se atreve a comprar. O olhos tristes da jovem focam o chão frio. Os pensamentos, de certo, longe do ambiente envolvente. As circunstâncias levam-na a sujeitar-se a um trabalho pouco remunerado, sem clientes, mas à vista de todos. Numa postura corcunda sobre a cadeira de madeira o tempo custa a passar.

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