sábado, 26 de dezembro de 2009

Expectativas

Expectativas.
Nós sonhamos com voos altos. Imaginamos cenários magníficos. Esperamos pelo melhor. Desejamos finais felizes.
E assim o Homem cresceu, destacou-se dos demais seres vivos. Não nos limitámos ao que éramos, mas desejamos sempre mais e melhor. Assim crescemos, assim vivemos.
Mas nós não temos controlo total das nossas vidas e tudo o que nos rodeia. Assim temos obstáculos, assim temos desilusões, assim temos tristeza e infelicidade. Nem sempre pudemos ter o que queremos. E quanto mais alto sonharmos, maior poderá ser a queda. A ambição cega-nos do abismo que temos pela frente.

Expectativas.
É bom esperar pelo melhor, sonhar com a felicidade. Ter esperança por um mundo melhor. O nosso mundo. Mas não podemos esquecer o plano B. Temos que saber esperar pelo pior. Preparar o para-quedas para que nos salvemos dos imprevistos e indesejáveis.
Onde há bom, também poderá haver o mal.
A verdade é que devo confessar que este final de ano não está a correr tão bem como poderia imaginar. Seja por azar, seja por livre-arbitro, seja por erro.

Expectativas
Algumas situações mais pessoais de que outras, deixem me contar o meu azar na véspera de Natal. O azar não foi ter que ir trabalhar num dia onde quase toda a gente descansa. Manhã cedo parto um dente. O que há a fazer? Procurar um dentista que me atenda. Pior dia do ano não poderia calhar. Como quase toda a gente descansa, não consigo recorrer aos normais serviços de urgência. E assim me revejo numa encruzilhada à procura de um doutor. Pior ainda é o país que vivemos. Telefonei para a CUF das Descobertas e dentistas nem vê-los. Por sugestão, percorro a lista telefónica dos restantes hospitais da CUF. E lá encontro o de Infante Santo, que por telefone garantem-me um serviço 24h sempre disponível. Tais expectativas deixam-me despreocupado, ao ponto de só ir resolver a minha vida dentária depois da hora de almoço. Mas não imaginava que só nessa altura é que a grande aventura iria começar. Chegando à CUF de Infante Santo, afinal não há urgência de estomatologia, só consultas. E aconselham-me S. José. Se calhar percebi mal, mas eles não deviam estar a fazer referência ao Hospital, mas sim ao próprio Santo. Pois ainda na CUF, eles telefonaram para S. José e confirmaram a existência de urgência para o meu caso. Mas chegado ao ponto de destino, mais uma vez a resposta é diferente e negativa. O conselho passou para o Hospital Santa Maria, mas desta vez não me dão garantias. Que expectativas tinha eu desta vez? nulas. Ao ponto de mudar de estratégia e passar ao plano B. Consultar a Dr. Laura:) As primeiras indicações passaram por visitar uma clínica em Almirante Reis. Destino mais perto e acolhedor que a alternativa. Mas este encontrava-se fechada, tal como mil e uma outras clínicas. Por isso, o destino final passou mesmo pelo Dental Group no Dolce Vita Tejo onde a doutora trabalha. Foi me tratado de tudo, desde o aviso de chegada à escolha do médico. Devo afirmar que fiquei impressionado pela positiva. É verdade que não encontrei o luxo e a tecnologia de outras clínicas. Mas encontrei os mesmos serviços básicos que tanto necessitava. Foi bem recebido, trataram-me do dente, paguei e está feito. Simples, rápido e eficaz. Um grande obrigado amiga Laura:D

Expectativas
Apesar de um final feliz, lá se foi um tarde "livre" de descanso e relaxamento, que se tornou num dia para esquecer, cansativo, enervante, desiludido por um País que não soube disponibilizar um serviço básico a um cidadão cumpridor das suas responsabilidades, numa das minhas muitas infelizes histórias destes últimos dias:(

Expectativas
Acho que um "retiro" em Bejar me fará bem para o recomeço de um novo ano:)
E assim esperar por melhores ventos em 2010...lá nos vemos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Sheng Dan Kuai Le e Xin Nian Kuai Le 2010



Mais um natal...mais um ano...
Muita coisa se passou de bom e de mau. Há que aprender com os erros do passado e planear o futuro.
Quebrar com as correntes que nos atrasam e partir para novos rumos e destinos. Ano novo, vida nova.
Este natal uma das muitas prendas que vou oferecer é um livro muito interessante sobre reavivar a memoria. E tem conselhos muito simples que se pode implementar no dia-a-dia. Por exemplo, em vez de escovarmos os dentes sempre da mesma forma, um dia escovarmos com a mão oposta.
Ou seja, coisas simples que nos levam fora da nossa rotina. Dão um encanto diferente a cada dia e os torna únicos.

Por isso, o que vos desejo é que saibam sair da rotina, não se deixem prender com a moleza da vida. Façam uma coisa diferente todos os dias. Sejam coisas simples, como escovar os dentes, sejam fazer grandes planos para grandes alegrias.

E então para quem ficou a pensar desde o ano passado...
um ano depois
...Sheng Dan Kuai Le e Xin Nian Kuai Le 2010... que significa simplesmente Feliz Natal e Feliz Ano Novo de 2010:D

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

2 Anos...só novidades!

Foi exactamente há dois anos atrás que comecei esta aventura do blog:) Dois anos cheios de testemunhos e pensamentos. Muita coisa se passou, e muita coisa há de vir.
Muitas vezes falo em que devemos sair da rotina, devemos variar. Dar a volta às nossas vidas. Dar vida à vida. Pois é. Hoje é dia de aniversário e as 9h da matina já há muita coisa para contar.
Logo para começar o dia...terramoto a 100km do território português, 6 na escala de Ritcher. Mesmo em cheio para quem tinha que acordar cedo.
Tal como eu e o resto da minha companhia actual. Aqui vou eu, literalmente em movimento, em direcção a Sines. APS volta a ser o destino final. Há já alguns meses que não ia lá. Mas hoje tem que ser. O nosso sistema em produção vai passar para uma nova infraestrutura, onde esperamos que por lá fique por muitos bons anos:)
E por isso, pela primeira vez, lá estou eu a utilizar a mobilidade do meu novo pc, navegando à velocidade 3G da banda larga, no meio do Alentejo. Ainda não estou na Brasileira, mas estamos a caminho disso.
Bem o enjoou já bate à porta, e assim me fico na tentativa de fazer mais curtos e sucintos para os próximos dois anos do blog cheio de pensamentos grátis:D

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Bom de mais.

Podemos ser demasiados bondosos, demasiado solidários, demasiado benfeitores, demasiados ajudantes. Será que num mundo cada vez mais carente, podemos dar nos ao luxo de dispensar ou evitar todo o bem que uma pessoa possa querer dar?
Claro que sim.
Simplesmente pelo facto de que tudo em excesso é sempre mau. Os extremos são prejudiciais. Podemos exagerar ao ajudar uma pessoa idosa a passar a passadeira? Claro que sim, o idoso pode se sentir incomodado pela ajuda, pode não entender as nossas boas intenções ou pior ainda pensar que lhes queremos mal, ou pode querer saber onde vai o seu limite. Mas tendo uma ajuda, esse limite torna-se enganador.
Podemos ajudar para sempre um pais empobrecido com todo o arroz do mundo? Claro que não, pois se o país não aprender a cultivar o seu próprio arroz, então ficará sempre dependente de terceiros. Tal como a velha história de que não devemos dar um peixe a um pobre, mas mais vale dar-lhe uma cana de pesca e ensinar-lhe a pescar.
É assim que as pessoas crescem, sentido dificuldades e ultrapassando obstáculos. Se necessário aprender com os erros.
Agora se estamos sempre a ajudar e a retirar esses obstáculos da frente, então uma pessoa não evolui, fica dependente de terceiros.
É por isso que eu acho que devemos saber ser um pouco individualistas. Ajudar é bom. Melhor, é óptimo. Ser solidário. Já disse isto noutras ocasiões: me encanta ayudar el otros. Adoro trazer felicidade aos outros. Eu fico feliz só por ver o próximo feliz.
Mas não podemos deixar que os outros dependam exclusivamente de nós. Ensinar-lhes a ser autodidactas. Ensinar-lhes a pensar e a raciocinar. Ensinar-lhes a ser criativos e espectaculares. Ensinar-lhes a ser independentes. Porque amanhã eles poderão ser o nosso futuro.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Tour de Centro Comerciais – The Finale

Bem...comentando a mim próprio. Como correu o fim da história do tour de ontem. Hoje lá fui eu para as Amoreiras as 10h. E em duas horas lá tinha o carro pronto:)
Mas num par de horas que fiz eu? Claro que aproveitei a vida:) de duas formas bem distintas.
Primeiro, lá fui inevitavelmente namorar as lojas. Inevitavelmente não vim de mãos a abanar. Mais algumas prendas para mim ou para os outros, e acabei por ficar de olho num novo portátil...ai que estou quase a cair em tentação...:P Enfim a funcionar o meu lado capitalista, consumista, esbanjador, oportunista, o que quiserem chamar.
Na segunda parte, funcionou o meu lado calmo, relaxado, intelectual, espiritual. Sentado, em frente do Tea Shop, na óbvia companhia de um chá de verde, coloquei-me a ler mais um capítulo do Predictably Irrational, agora sobre o medo de perder escolhas e oportunidades...aguardem pelos comentários ao livro que vai valer a pena:)
Mas estou a caminho da "esplanada":)Curiosamente o novo portátil debaixo de olho também poderá ajudar:D
E assim se passam umas horas...no final ainda houve brinde...para além de me terem lavado o carro, eles encontraram a minha pen usb de 32GB:D já a tinha definitivamente declarado desaparecida ao ponto de hoje ter comprado uma pen nova...:P É por estas coisas que acho que sou abençoado pelas minhas boas acções.
Tal como se pretende em todas as histórias...mais um final feliz:)

Tour de Centro Comerciais

Hoje no telejornal veio mais uma noticia com os comerciantes de rua a reclamarem por falta de clientes. Os mesmos que nesta altura enchem centros comerciais. Com um tempo de inverno, com a concentração de marcas, de lojas e de serviços, com o comodismo dos parques de estacionamento, é um facto que as pessoas tendem a escolher o comercio consumista dos centros comerciais ao comercio tradicional de ruas históricas.
Perde-se o atendimento personalizado. Perde-se um certo encanto e mística.
Ontem fui exemplo típico para uma situação atípica. Ontem passei pelo Continente de Telheiras, pelo Colombo, pelo El Corte Inglês e pelas Amoreiras. Porquê? Também aproveitei para dar uma vista de olhos em algumas lojas, mas não foi a razão principal. Estou a precisar, obrigatoriamente, de lavar o carro por dentro, nomeadamente a bagageira. E a verdade é que durante o fim de semana os únicos centros de lavagens que conheço são nos centros comerciais. Mas mesmo assim porquê ir a tantos? Até porque os preços não diferem assim tanto para andar a escolher o mais barato. Alias, só o facto de entrar nos parques de estacionamento já tem custos. O que torna penoso para quem só queria lavar o carro.
Mas então porquê o tour pelos centros comerciais? Porque o Continente de Telheiras deixou de ter centro de lavagens. Porque no Colombo eles dizem que não lavam por dentro, só aspiram e lavam por fora. Porque, para o serviço tão especifico como é preciso para o meu caso, no El Corte Inglês tem que ser feito por marcação. Aparentemente eles usam uma maquina xpto que não estava disponível. Para além disso as marcações já iam até dia 28. E a minha intervenção, para além de obrigatória, para além de específica, também é urgente:)
Enfim, não foi à terceira, mas foi à quarta abordagem. Finalmente nas Amoreiras encontrei quem me lave o carro. Podia ter sido já ontem à tarde, mas para pagar parque durante 3 ou 4 horas, para além do próprio serviço, preferi adiar umas horas e daqui a 8 estou lá de volta. Já que o parque de estacionamento das Amoreiras é grátis durante o fim-de-semana de manhã:)
Resumindo e concluindo: andei pelos centros comerciais, simplesmente porque é lá que se encontram os serviços. E a pagar estacionamento para no final levar uma nega. Por isso já que paguei, aproveitei para ver as vistas:)

domingo, 29 de novembro de 2009

Tamagoshi enfadonho

"Que enfadonho". Claro que é levado na brincadeira.
Mas temos que saber se provoca uma reacção positiva ou negativa. É que toda a gente tem uma sensibilidade diferente. Cada pessoa tem uma personalidade mais marcante ou não, e que possa ser influenciada por tais comentários.
Eu pessoalmente levo as coisas na brincadeira e dificilmente sou afectado por isso.
Contudo, sejam sérios ou brincadeiras, comentários podem levar a mal entendimentos. Podem ser entendidos num contexto errado. Até porque por vezes essas afirmações têm por base algum fundamento, alguma teoria, algum boato.
Para isso há que saber falar, seja para refutar, seja para entrar na brincadeira. Pois no fundo o que se quer é alegria e boa disposição:)
Ou então não. Se não gostarmos, facilmente terminamos as coisas se ignorarmos.
É que gozar com alguém só tem piada se provocar alguma reacção, seja do afectado, seja de alguém presente. Só assim tem piada.
Deixem-vos contar uma historia de infância.
Quem se lembra do brinquedo japonês chamado Tamagoshi? Há uns anos atrás ele estava muito na moda. E tendo eu descendência oriental facilmente fui associado a ele. Então um colega meu decidiu começar a chamar-me de Tamagoshi. Só que eu nunca lhe dei bola. Até que um dia ele pergunta-me se eu não me afecto com tal insinuação. Eu simplesmente respondo-lhe que sei o que sou e quem sou. E não é por me chamarem de Tamagoshi que vou tornar-me num. A partir desse dia, ele nunca mais me chamou qualquer outro nome que não o meu próprio.
Eu já afirmei que não acho bem gozar com outras pessoas, de falar mal mesmo na brincadeira. Principalmente se a outra pessoa levar a mal tal comentário. Mas também há que saber brincar, divertir. Há que ter espírito e humor. Pois rir faz bem ao espírito e à saúde. Se me retratassem no Contra-Informação, eu levava na boa. Era sinónimo que eu tinha alguma fama, só espero que fosse boa fama:D

domingo, 22 de novembro de 2009

Dança com lobos

É incrível o mundo que observamos à nossa volta. Como se comporta o ser humano. Há uns tempos atrás diria que o nosso comportamento é demasiado complexo para prever. Os sociólogos que o digam se sim ou não, eu neste momento acho que não. Naturalmente que é difícil. Naturalmente não é uma ciência exacta. Naturalmente que eu não vou saber o que a pessoa ao meu lado vai fazer no próximo instante. Mas de um modo geral podemos dizer o que poderá acontecer. (ainda continuo a ler o Predictably Irrational:D)
Mas...
...achei interessante ver como é que grupos de homens e de mulheres se movimentam numa pista de dança. Não propriamente o modo como dançavam. Mas onde o fazem. Não é que seja um segredo oculto, antes pelo contrário. Mas como foi o que me passou pelos meus pensamentos, aqui ficam eles:)
Portanto há os casais e os grupos de amigos que incluem homens e mulheres. Ai tipicamente fecham-se nos seus próprios grupos e divertem-se entre si independentemente do local, e por isso não é desses que pretendo focar hoje. Agora se falamos de grupos só de homens e grupos só de mulheres o tema ganha um interesse especial de observação. Pois são entre esses grupos que se encontra maior interacção. Numa linguagem mais corrente, são eles que andam à caça;)
Então o que fazem elas. Marcam um publico alvo e deslocam-se para as suas vizinhanças onde expõem todo o seu esplendor. Mas passados uns minutos, sem reacção positiva por parte dos visados, uma deslocação de alguns metros para o lado é feito. Certamente não foi porque a música dois metros ao lado está melhor. Estava na altura de trocar de vizinhança. Então deslocam-se uns metros para o lado à procura de novos olhares. E assim se repetem, percorrendo a pista, até que haja um teste positivo, ou que o galo cante. Normalmente são grupos pequenos de 2 ou 3 raparigas, pois lhes permite ter mobilidade pela pista fora. Quando o grupo é numeroso a historia é outra. A gama de escolha e o alcance é maior. E por isso basta escolherem um local para nidificar que rapidamente são rodeados por lobos à procura da sua ovelha.
Sejam lobos ou águias a abordagem é a aproximação sem afugentar a presa. Rodear e conhecer o território. Os lobos vagueiam pela multidão a ver onde está a melhor presa. As águias analisam o terreno à distância antes de fazerem o seu voo picado.
A diferença com o National Geografic é que aqui a vantagem numérica dos caçadores não é vantagem. Pois a presa não é divisível:) Por isso facilmente um grupo torna-se num solo. Menos concorrência. E uma das razões porque somos indecisos é haver mais do que uma opção.
Em qualquer dos casos, o expositor é montado e quem tem que dar a mão é o cavalheiro. É que entre nós ainda está enraizado esse preconceito que é o homem que tem que tomar a iniciativa. Não deixa de ser um facto que as nossas noites contrariam a ideia que há mais mulheres na terra do que homens. E portanto quando a oferta é menor que a procura sabemos que o seu valor aumenta. Mas também é um facto de que quem sai a perder com isso são mesmo os dois.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Why technology?

Ahhh pois é.
Cada vez mais a nossa sociedade está embrulhada num mundo tecnológico. São computadores, são telemóveis, são aparelhagens, são televisões, são carros electrónicos, são luzes, câmara, acção.
A electricidade, os circuitos, os transístores estão por todo o lado. Não é que me vou queixar de agora encontramos redes sem fios por todo o lado. Estarmos rodeados de radiações de telemóveis. Não, não é isso. Porque há muito que temos transmissões de rádio ou satélites.
Mas não estamos nós a ficar viciados em tecnologia? Tudo em excesso faz mal devia ser aprovado como um axioma que demonstra que podemos estar a percorrer um caminho perigoso. Será a saga do Terminator uma utopia?
Não é que seja propriamente mau. Até porque ninguém pode negar que o telefone e a internet vieram encurtar distâncias em tudo. Não podemos negar que um despertador é mais eficiente que o cantar do galo. Não podemos ignorar que uma maquina de lavar loiça ou roupa nos livra de uma carga de trabalho. Basicamente as máquinas vêm nos facilitar a vida. Tornando as coisas mais eficientes e eficazes.
Mas o reverso da medalha é quando elas falham. Estamos a chegar a um ponto de dependência que já não sabemos o que fazer sem elas. Cai o Carmo e a Trindade se nos falta a luz. Os deuses estão loucos se o carro avariar ou o telemóvel não funcionar. Estamos viciados. Que a brigada anti-doping não nos apanhe:)
Por isso há que saber voltar ao básico. Valorizar o que realmente interessa, o próximo e a vida.
Eu tenho de fazer meia culpa, estudei na área, trabalho na área e vivo na área da tecnologia. Mas adoro fazer actividades outdoor, adoro o convívio e o contacto pessoal, adoro sol, luz e natureza, e pois claro adoro windsurf:)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Futuro só a Deus pertence.

Já alguma vez pensaram no controlo que temos nas nossas vidas?
Não imagino que possamos estar dentro do Matrix, mas há tanta coisa que não controlamos que parece insignificante o nosso poder. É claro que somos nós que decidimos se fazemos o bem ou o mal. Se vamos pela esquerda ou pela direita. Claro que mesmo as nossas pequenas decisões influenciam a nossa vida. Como a percorremos, como a moldamos, como a criamos.
Mas ninguém prevê se amanha não vamos estar envolvidos num acidente. Ninguém consegue controlar e antecipar com exactidão o comportamento do próximo. Ninguém controla o meio que o envolve. Ninguém pode, consegue, sabe ao certo.
Por exemplo, a minha viagem do Cairo para Dahab. Planeei ir de autocarro de Sharm El Sheikh para Dahab, mas acabei por me aventurar ainda mais e ir na companhia de backpackers na traseira de uma pick-up:)
Ou por exemplo, neste momento estou à espera para ir à medicina do trabalho, quem sabe se eles descobrem que eu tenho uma doença rara e maligna, e que me vai obrigar a mudar de vida, a passar a ir regularmente ao hospital, a tomar mil e um medicamentos só para tentar voltar à vida que sempre conheci?
Ou nunca sabemos quem vamos encontrar ou conhecer ao virar da esquina. Quem sabe se aqui na recepção não vou conhecer a mulher da minha vida? ;) Então nestas viagens pelo mundo fora, principalmente a solo, acabamos por conviver e conhecer muita gente. Não é que vamos manter contacto com todos eles, mas um ou outro há-de ficar.
A vida está cheia de imprevistos. E ainda bem, é isso que dá alegria e faz mover as nossas vidas. A minha ida para Dahab deu-me uma experiência e uma história para a vida, muito mais do que podia imaginar. Não teria gozo uma vida onde poderíamos planear e antecipar tudo o que iria acontecer. Seria uma vida sem sal.
Claro que podemos e devemos planear para prevenir o futuro e acautelar imprevistos indesejados. Mas temos que compreender que não conseguimos controlar tudo.
No fundo a única coisa que podemos realmente fazer é estar atento à convocatória e tomar em consciência as nossas próprias decisões. Estar atento às oportunidades. E a cima de tudo saber viver com tais opções e as suas consequências.

sábado, 31 de outubro de 2009

A 35 mil pés de altitude

Egipto, Algures sobre o mar Mediterrâneo, a 35000 pés de altitude – Sábado 31 de Outubro de 2009

Chegamos ao final do mês, chego ao final da minha viagem ao Egipto. Uma aventura que começou dia 12 de Outubro. Praticamente 3 semanas depois volto a solo português.
Um balanço claramente positivo, e como já devem saber só não foi melhor pois o vento decidiu não aparecer como devia em Dahab. Mas alternativas foram encontradas e de mau ao menos, pelo menos já sou certificado como Open Water Diver. O que será sempre uma boa alternativa à falta de vento.
Mas começando pelo início. Adorei o cruzeiro sobre o Nilo, um ambiente muito pacífico e tranquilo. Excelente companhia. Excelente tempo. A história do Egipto é enorme e impressionante. A sua adoração aos deuses e faraós. Visitei o Vale dos Reis, onde existem inúmeros túmulos de faraós. O templo de Hatshepsut. Ou o templo de Karnac. Infelizmente muitos dos templos e monumentos foram destruídos e saqueados com o tempo. E só podemos imaginar sobre a sua grandeza. Como por exemplo o tempo de Karnac:

O que ainda se mantém intacto exemplifica o que outrora fora uma grande civilização.
Paredes meias com a cidade do Cairo encontramos as famosas Pirâmides de Gizé.

Interessante obra de engenharia que marca a história de uma civilização.
Talvez dos templos que visitei o que mais gostei foi o Templo de Edfú em homenagem ao deus Horus em Edfú. Talvez por ser dos que ainda se mantêm quase inteiro. Talvez porque achei interessante o facto de as personagens caracterizadas nas paredes terem as mãos, os pés e as cabeças apagadas com picotados. Talvez porque foi impressionante ver tanta gente junto no mesmo local, corredores apinhados de gente. Tanta ansiedade por conhecer. O corrupio para trás e para a frente.

Contudo não foi só de histórias egípcias se fez esta viagem. Depois de um enchimento de conhecimento durante uma semana, foi tempo de criar novas histórias, de descansar e relaxar. Dahab, banhado pelo Mar Vermelho, foi o destino. E talvez a mais marcante foi logo a inicial, a própria viagem do Cairo para a Dahab que já descrevi no outro dia.
Conhecer o local e o povo. Em duas semanas estive em zonas distintas. Primeiro estive alojado na zona da lagoa, no Swiss Inn, onde coabitam a maioria dos resorts e clubes de mergulho e windsurf. Apinhado de gente. Depois a meio mudei-me para o Le Meridien, mais a sul dos demais, afastado de toda a confusão. Claramente o melhor hotel/resort que tive oportunidade de conhecer. Alias fazendo uma retrospectiva, a qualidade dos alojamentos foi sempre a melhorar:) Cruzeiro, Catarac Pyramid Resort, Swiss Inn, Le Meridien. Será que um Leixorama poderá ser melhor? LOL.
Um dia normal seria, fazer windsurf de manha, almoçar (ou não) e fazer praia ou piscina durante a tarde. Óptimo para dormir, relaxar, ler, ou simplesmente conversar. Ao final do dia passava-se pela sauna, ou pelo banho turco, seguido por uns minutos no jacuzzi:). Durante a noite habitualmente ia-se a Masbat (centro de Dahab) para jantar e eventualmente beber um chá ou cerveja e fumar uma shisha (para quem fuma…:P).
Mas como já vos disse, esse dia normal não foi muito comum, pois o vento não foi amigo. Foram tantos os dias de mergulho como de windsurf, e o curso até não é grande. Cinco mergulhos num ambiente confinado (tipicamente na piscina), mais quatro mergulhos em ambiente aberto (no mar). Acabamos por fazer todos os mergulhos em 3 dias, reservando o quarto e último dia para o exame final. Claramente não estava programado, mas sim, eu andei a estudar durante as férias LOL. Mas valeu a pena, o mar Vermelho está cheio de vida. Inúmeros peixes de todo o tipo e feitios. Não sou um expert na matéria, aliás só agora é que estou a iniciar. Mas fiquei maravilhado com o que vi:).

Nota: foram adicionados fotos e videos nos posts anteriores, pois na altura não dava porque as condições de internet não eram as melhores:D
Principalmente o show no Cairo;)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

No wind position.

Egipto, Dahab, Mostaba, Tree Bar – Terça-feira, 20 de Outubro de 2009

O tempo tem sido péssimo, o vento ainda não entrou e tem estado um pouco nublado. Pior só mesmo se estivesse em Lisboa onde tenho informações que por lá está a chover torrencialmente e a inundar muitas estradas alfacinhas:D
Se as coisas continuarem assim, a alternativa será mergulho ou visitar Jerusalém ou Petra na Jordania. A ver vamos.
O que se vê por estes lados é que ao contrário do que se viu no cruzeiro e no Cairo aqui vê-se muitos russos, e quase não se encontram por aqui espanhóis ou associados. Por um lado, a Rússia não fica longe, e por outro aqui não há pacotes turísticos com guias que falem espanhol, e todos sabemos que os espanhóis são péssimos em inglês.
Mas nestes pontos turísticos é de notar a interacção entre tantas nacionalidades, a interculturalidade. Sem conflitos nem problemas. A verdade é que estamos aqui todos para o mesmo. Ferias, diversão, animação, descontracção. Duvido que alguém tenha interesse em participar em guerras e mortes. Toda a gente quer paz e tranquilidade. Então se todos queremos o mesmo, porque não conseguimos comunicar para esse fim? Naturalmente que as pessoas tem interesse diferentes, naturalmente que esses interesses se podem colidir. Existem uma enorme economia e influência das empresas associadas ao fabrico que armamento militar e afins. Mas não seremos sensatos o suficiente para entender que uma nota de 100€ não pode pertencer a duas pessoas ao mesmo tempo? Então falar de dinheiro, para mim é gozo. Felizmente a vida permite-me abstrair de tal material. Entendo que exista quem tenha que contar trocos mensalmente. Mas o dinheiro é um cancro da sociedade. O humano tem tendência a querer sempre mais. Não fica satisfeito com o que tem e é por isso que a humanidade evoluiu para o que existe hoje. Mas ganância é pecado mortal. Não é que eu esteja satisfeito com o que tenho, antes pelo contrário. Mas não pretendo ser um multimilionário se não houver uma boa razão para o ser.
Sou capaz de gastar dinheiro como quem respira ar. Bastou rodar o volante do meu carro e entrar no Centro Comercial Colombo para sair de lá com um eeePc de baixo do braço:) Mas não gosto de esbanjar dinheiro. Por exemplo este eeePc tem sido bastante útil aqui no Egipto. E foi uma óptima compra. Para conforto sou capaz de gastar bem, e eu sou daqueles que me adapto bem às situações e pessoalmente dispenso grandes luxos. Já não sou bem assim quando é necessário oferecer hospitalidade a alguém. Ai não há limite orçamental. Fico totalmente satisfeito se conseguir fazer o próximo mais feliz. Não há melhor felicidade que essa. Não é que devemos fazer a papinha toda de alguém, pois talvez numa visão mais capitalista, acho que cada pessoa devia aprender a ser independente e ser autónomo. Ter o que merece e para o qual trabalhou. Mas a solidariedade é um acto de altruísmo que se deve valorizar.

sábado, 24 de outubro de 2009

Uma viagem para Dahab

Egipto, Cairo, Aeroporto, F32 – Segunda-feira 19 de Outubro de 2009

A primeira etapa da peregrinação está cumprida. A viagem de táxi entre o hotel e o aeroporto do Cairo. Sobrevivi a mais um dia nas estradas do Cairo. Primeira vez num táxi onde o condutor pouco mais sabia dizer olá ou números em inglês para os preços. E para ter a melhor vista da viagem, nada melhor que não ter medo e tomar o lugar do morto:D

PA190011.AVI (Os videos para depois qd houver net decente)

Ainda tive uma visita não programada na cidade do Cairo:
PA190014.AVI (Os videos para depois qd houver net decente)

Onde é que estava?! Bomba de gás natural LOL. Esta gente vai encher o tanque com clientes lá dentro, mais surpreendente é que o tanque estava mais de metade cheio LOL.

Mas vá lá, em uns meros 45 minutos já me encontrava no aeroporto internacional do Cairo, que é surpreendente para quando do centro para o hotel podem ser hora e meia de viagem.
Agora que venha o voo doméstico para Sharm El Sheikh.


Egipto, Dahab, Swiss Inn Hotel, 453 - segunda-feira 19 de Outubro de 2009

UAU! Confesso que ainda não estou em mim. Pois nunca fiz nada a que se possa semelhar.
Mas começando pelo início: Voo para Sharm El Sheikh. Um voo completamente normal. Em que só destaco o facto de num avião cheio, o lugar que me foi calhar foi exactamente ao lado do único asiático a bordo. LOL.
Agora ao que interessa. Depois de ter sido chulado na viagem de taxi do aeroporto para a estação de autocarros. Encontro-me à espera do autocarro que vem as 14h30 do Cairo e vai a caminho de Dahab.
E não é que encontro o asiático que ia ao meu lado no avião. Afinal é canadiano, nascido na Coreia do Sul, e também vai para Dahab. Metemos conversa, e o tempo vai passando e vai passando. Chega as 14h30 e nada de autocarro. Chega as 15h e nada do autocarro. Entretanto havia na estação mais três ocidentais, dois homens e uma mulher. Ou melhor, não locais:) E percebemo-nos que também vão para Dahab. Então decidimos juntar-nos como grupo e por um bom preço apanhar um táxi até Dahab.
O preço negociado até foi bom, o senão era o meio de transporte. Fomos numa carrinha de caixa aberta:D. Éramos cinco mais um condutor e uma mulher que aparece do nada. Quem?! Não sabemos:S Quatro de nós fomos atrás junto com as malas:D Claramente uma cena a filme. The first para todos eles, mesmo sendo eles todos backpackers. Qual era o grupo: O je, chino made in Portugal; o tal canadiano, que curiosamente também se chama Daniel:); uma canadiana há um mês a passear pelo Egipto sozinha; um americano de Nova Yorque; e um segundo americano de Washington que está no oitavo mês de doze a viajar pelo mundo fora.
Agora para adoçar ainda mais esta etapa, já não bastava tentar apanhar um autocarro sozinho em Dahab, como uma viagem de carrinha de caixa aberta que se parecia inocente de repente pareceu altamente perigosa. Não é que sem aviso prévio saímos da estrada e entramos em terra batida em direcção às montanhas. Por vezes nem em caminhos de terra andávamos. Ainda se via Sharm El Sheikh de fundo e estradas com carros ao longe, mas nós andávamos no sentido oposto num rumo desconhecido. Depois as informações não chegavam bem cá atrás e estávamos no escuro. Ia ser o fim para todos nós. O que ainda nos deixava mais relaxados era que o nosso quinto elemento que ia à frente ia totalmente tranquilo. E com razão, depois de algum desnorte lá voltamos a uma estrada alcatroada. Então qual foi a razão da aventura: É ilegal o transporte de pessoas nestas condições, e à entrada e saídas das cidades há sempre postos de controlo. Foi por isso que houve este manhoso desvio:D
Na estrada serpenteamos vales e montanhas. Passamos por um autocarro, que talvez até fosse o tal que vinha do Cairo e que entretanto já ia a caminho enquanto a gente perdia-se fora da estrada.
Finalmente chegamos à entrada de Dahab. O que é que há? Novo controlo da polícia, mas aqui não há meio de contornar o posto de controlo. Então a carrinha pára na estação de gasolina que havia ao lado e saímos todos com as nossas coisas. O guarda vem ter com o condutor e vão os dois para dentro da estação conversar. Minutos depois o guarda volta ao seu posto e o condutor diz-nos para passar o posto de controlo a pé. É nos validado o passaporte e perguntado como vamos agora para Dahab, pois ainda faltam alguns quilómetros. Numa rápida tradução da conversa:
Guarda: Como estão a pensar ir para Dahab?
Nós: A pé ou apanhar uma boleia de um destes carros. [Estavam a passar carros no posto de controlo]
Guarda: Querem que vos apanhe um carro para vocês?
Nós: Está bem.
Guarda: Aguardem só ai um pouco mais à frente.
Logo de seguida.
Guarda: Pode ser esta carrinha? [Apontando para uma carrinha de caixa aberta]
Qual era a carrinha? A mesma que nos trouxe desde Sharm El Sheikh. LOL
Nós: Ok, Pode ser:)
Então o que se passou é que o condutor teve que subornar o guarda para poder passar pelo posto de controlo connosco:D Tudo provavelmente num esquema já montado.
Antes de chegarmos ao destino final ainda passamos por outro posto de controlo, onde fomos obrigados a parar, mas aqui só tivemos que esperar. Acho até que como eram tantos carros a parar que os policias não tinham mão para tantos e acabamos por sair sem problemas de maior.
Num resumo: Estamos num país de terceiro mundo.
Enfim, Dahab finalmente:)

domingo, 18 de outubro de 2009

Egipto, Cairo, Catarac Pyramids Resort, Piscina

Egipto, Cairo, Catarac Pyramids Resort, Piscina – Sábado 18 de Outubro de 2009

Parece que não vou ter tanta sorte como queria com o acesso à internet:S
Enfim, pelo menos as férias estão a render, senão vejam:D

Antes a apresentação da equipa:


Junto a pedras e areia:D


Tempo de karnak sobre um sol abrasador


A saborear literalmente o Rio Nilo:


Na companhia da Monica;)


Este se calhar será almoço…qual deles?


Tatuagem Núbia:


Uma das maravilhas do Mundo…numa posição faraónica:D


Quem imita quem?


Família Portuguesa:


Em tantas fotografias tiradas numa semana naturalmente que não vos estou a mostrar tudo. Por isso mostro-vos o que mais de interessante se pode encontrar por estes dias no Egipto: Eu próprio:D

Para finalizar o show do ano:


Agora espera-me um dia a solo a migrar para o mar vermelho. Um grupo retorna às origens, outro me espera em Dahab. Vento e corais estão no horizonte. A adrenalina da aventura pelo desconhecido. Serão quilómetros para percorrer por táxi, avião, bus, e pelos próprios pés. Vou entrar no mundo não “turístico” do Egipto. Até ao final do mês vou estar por minha conta. E que Deus esteja comigo num mundo faraónico e muçulmano.:D

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Egipto, algures perdido no Rio Nilo.

Egipto, algures perdido no Rio Nilo – Terça-feira, 13 de Outubro de 2009

Privado de acesso ao mundo informático, só me resta debruçar-me sobre a vida e os meus pensamentos com um certo atraso temporal. Por isso opto nestes dias um formato de diário de Sofia. Mas sem as fofoquices do dia-a-dia de uma jovem indecisa, por outro lado, numa visão ocidental sobre o mundo árabe e faraónico.
São 17h10 hora local, na presença de um espectacular pôr-do-sol, sobre o impressionante rio Nilo. O sossego é tranquilizador, a paisagem magnífica. Um contraste entre montes areosos e secos com um verde que ladeia o rio. A bordo de um cruzeiro junto a uma piscina refrescante observo a vida pacata dos locais a beira-rio.
A paz de espírito, a alegria da amizade. Há tempo para relaxar, pensar, analisar, reflectir. Sobre o passado, sobre o futuro, sobre o presente, sobre extraterrestres:)
O sol arrasador, próprio de um deserto, já lá vai. Mais ainda as viagens matinais das 6h da matina ao Vale dos Reis, túmulos e estátuas, esfinges e obeliscos. Um exercício de engenharia de uma civilização que parece que parou e se deixou ultrapassar pelo tempo.
É o primeiro país árabe que visito, e nota-se claramente uma cultura bem diferente. Logo pela escrita. As mulheres cobertas em vestimentas. As orações no alto das torres das mesquitas. Impossível não reparar nos vários polícias e militares que habitam as ruas. Num país de atentados, a segurança é apertada. Ou mais ou menos, esperem pela história final de hoje:D
Sendo o turismo a terceira fonte de rendimento do país. Não é de admirar que facilmente ouvimos falar em espanhol, francês ou alemão, chinês ou japonês. E naturalmente árabe. Um cruzamento de culturas à descoberta do mundo antigo.
Aqui os problemas do dia-a-dia ficam em suspenso. É tempo de rejuvenescer. Reviver os tempos dos reis. De ricas vidas. Sonhar com uma vida melhor.
Entretanto já é noite e o céu está estrelado. Não se passa nada, o contraste entre a água do rio, o verde das plantas e árvores, e a areia branca do deserto, passou a uma escuridão interrompida por ocasionais luzes de habitações isoladas.
Para finalizar, a primeira grande historia dentro da própria historia. Num Egipto de regateio e oportunistas. Logo à chegada ao aeroporto internacional do Cairo, somos obrigados a passar novamente pelo controlo do detector de metais, mesmo fazendo transferência para um voo domésticos. E foi de admirar que até o próprio polícia tentou fazer render a sua posição de autoridade. Não é que ao passar a minha mala ele decide interpelar-me sobre um simples frasco de álcool em gel. Um daqueles que está cada vez mais na moda por causa da gripe A. Então qual foi a história da carochinha: porque era um produto inflamável eu não podia passar com ele. E por isso ele ia confisca-lo. Mas num gesto demasiado amigável, ele seria simpático e por uma módica quantia de dinheiro, ele fechava os olhos e deixava passar. Simpático da parte dele. Azar da parte dele, apanhou um tuga pela frente e escolheu um produto sem valor nenhum. Naturalmente que tanta conversa não lhe rendeu nada, para além de uma interessante historia. É que curiosamente, num grupo de seis pessoas, todas elas saíram daquele recanto com uma história para contar. Seria coincidência? Ou simplesmente uma mensagem de boas vindas:)

domingo, 11 de outubro de 2009

Hospício chamado Egipto.

Manter a sanidade mental.
É por isso que decidi comprar um bilhete e embarcar num hospício chamado Egipto:D Amanhã conto estar a bordo de um belo navio de passageiros nas águas pouco profundas do rio Nilo. E sem me preocupar se a lista de passageiros foi criada com sucesso ou que a declaração de resíduos foi despachada. Quer dizer, resíduos?!, talvez seja útil que tenham mesmo declarado. Agora pela minha sanidade física:)
Mas finalmente vou ver in loco onde é que os Ha'tak aterravam nos tempos antigos. Antes do ex-MacGyver, Jack O'Neill, dar cabo do poder dominante dos Goa'uld:D
E daqui a uma semana vou dar asas à imaginação e voltar a fazer windsurf. Terminado a semana cultural, começa a semana desportiva. Aqui em Portugal a época alta já lá vai, mas em Dahab, no mar vermelho, o vento sopra pela fresquinha:) Mais duas semanas me esperam.
Enfim, espero que esta pausa para o kit-kat me rejuvenesça. Espiritualmente, mentalmente, fisicamente.
Um novo eu procura-se num dos berços da civilização.
Nos primeiros dias vou estar offline, mas quando puder vou contar como corre a minha missão. Seja por textos, seja por imagens, seja por video. No mundo actual tudo conta. Tecnologia em pleno funcionamento. O meu "bebe" vai ter o primeiro teste de fogo:) A kilometros de distância vou comunicar com vocês e com o mundo:D
Que a cura comece:D

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"Hope There's Someone"

O que é suposto fazer uma pessoa quando a vida lhe corre mal? Quando não estamos satisfeitos com o que temos? com a vida que levamos? com o mundo que nos rodeia?
Quando tudo e mais alguma coisa está mal?

Ouvir "Hope There's Someone" do Antony and The Johnsons e pegar numa faca...? Naaaa... Demasiado fácil. Sem interesse nenhum. E claramente nada cristão:)

Ouvir Emir Kusturica é muito mais interessante. Quem nunca ouviu falar no "Pitbull Terrier" do filme "Gato Preto, Gato Branco"? Neste momento passa "Djindji Rindji Bubamara", quanto mais estranho melhor:)

Mas se uma musica nos anima ou desanima, certamente não resolve os nossos problemas. Quem sabe porque é que em JSF não consigo encontra ou ir buscar parâmetros passados por componentes implementados por facelets? De alguma forma são acedidos. Mas não por mim:S
A vida pode ser um bicho de 7 cabeças. Mas pensando de um modo positivo, há sempre gente pior. Só pelo facto de terem a sorte de poderem estar a ler o meu blog. Já ai estão bem melhor dos que não têm esse privilégio:D
Mas se calhar é mesmo isso que mais mexe comigo. Com o que eu disponho, com as oportunidades que me aparecem pela frente. Eu devia ter obrigação de fazer mais e melhor. Não me deixar relaxar nem parar.
É verdade que o que tenho já será fruto do meu trabalho e empenho. É o conceito do dar e receber. Mas uma pessoa quer sempre mais e melhor. Não nos devemos contentar com o que já temos.
E eu estou a precisar de mais e melhor. De ser mais exigente com o que faço. Recolocar metas para cumprir. E não estagnar. Parar é morrer.
A vida pode ser lixada. Ainda bem, porque se fosse fácil não tinha interesse nenhum. Não havia desafios. Não haveria a recompensa de dever cumprido.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Numa esplanada perto de si.

Hoje e agora vai ser momento histórico. Vai sair o primeiro de muitos posts do meu novo eeepc:) Vinha eu na semana passada de uma frustante oktoberfest à portuguesa e decidi virar em direcção ao Colombo. Só sai de lá com este bebé nas mãos:) Sim, bebé pois é minusculo. Optimo transportar para qualquer lado. Duração de bateria parece rondar as 8h com uma utilização normal, se bem que o fabricante fale em 10,5h. Não frisam é que são valores recolhidos no seu mundo perfeito. Só não dá para uma coisa... trabalhar. Fogo.... que pena... ou não:)
Mas sendo assim, vou poder escrever post muito facilmente e em qualquer lado. Só me falta mesmo arranjar uma ligação wireless 3G e fico 100% móvel. A partir de agora não se surpreendam se alguma vez me encontrarem na esplanada da Brasileira a escrever sobre os meus pensamentos e a vida. A observar os transeuntes e os seus comportamentos.
Isto é uma das coisas que me dá prazer fazer. Não é tentar entender a vida humana nem o seu comportamento. A sua complexidade é enorme, as variaveis são infinitas e os resultados imprevisíveis. Não digo que não se possa tentar.Até porque há pouco tempo mandei vir um livro que se intitula: "Predictably Irrational - The Hidden Forces That Shape Our Decisions" de Dan Ariely. Quando acabar de o ler prometo escrever sobre ele:) Mas uma coisa temos que ter em mente logo à partida, nunca saberemos tudo.
O meu focus não é mesmo entender, mas simplesmente observar a vida. Ela tem tanto de belo como de perfeito. O modo simples como um transeunte passa descontraidamente uma passagem de peões. Como um grupo de amigos se divertem às gargalhadas. Ou como elas olham para eles e vice-versa. É simplesmente vida.
Com a crise toda que atravessamos, com os problemas emocionais e não emocionais. Acho que nos falta momentos de sossego e viver simplesmente a vida. Fora de preocupações e problemas. Só cá estaremos uma vez. Só vivemos o momento uma vez.
Não deixem de aproveitar as oportunidades.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A lei da oferta e da procura.

Um bom economista sabe que o que dá valor a uma coisa é quando há pouco oferta para muita procura. É assim que funcionam os mercados.
É por isso que damos mais valor às coisas únicas. Sejam coisas materiais ou não, sejam espirituais, sejam momentos da nossa vida.
A raridade das coisas é valorizado e muito. A Guernica do Pablo Picasso é única, é raro, inúmeras pessoas gostariam de o possuir, por isso o seu valor é incalculável.
De um ponto de vista oposto. As coisas banais, que se tornam rotinas, acontecem mecanicamente, têm pouco valor e passam-nos ao lado da vida. Se passamos uma semana inteira a fazer sempre a mesma coisa, dias e dias a fazer sempre o mesmo. Não é verdade que de repente já é sexta-feira? O tempo passa num ápice. Ou seja, essa semana pouco nos importou, guardamos pouco em memória para mais tarde recordar.
Há que rodar, há que mudar, há que alterar. Há que ser imaginativo e inventar. Há que ser diferente.
É por isso que uma boa empresa deva ser diferente e mudar regularmente. Principalmente inovar. Para que os seus produtos e serviços não caiam na banalidade e percam valor.
É por isso que nosso dia de aniversário é diferente dos restantes. Não é todos os dias que fazemos 18 ou 20 anos, ou seja que idade tivermos. O tempo não volta para trás e aquele dia é único. Na realidade todos os dias são únicos e por isso devemos aproveita-los ao máximo. Mas o aniversário tem sempre um significado especial. Ou pelos menos é uma boa razão para o tornarmos um dia mais especial que os demais:)
É por isso que tento ser diferente, ser uma espécie rara, ser único. Para ter importância. Naturalmente tento distinguir-me por bons motivos, por boas razões e por bons exemplos. Destacar-me pela excelência. E não ser banal.
É por isso que não costumo sair à noite todos os fins-de-semana. Imaginem que as miúdas me vê todos os dias na noite. Qualquer dia já é tão normal e já estão tão habituadas de me ver, que já lhes passo ao lado da vida LOL.
É por isso que estas minhas palavras são importantes, pois são únicas e raras. O meu pensamento é único, é meu. Mas por solidariedade, sem custos, partilho com vocês:)
É por isso que o carácter e a personalidade de uma pessoa é tão importante. É o que nos molda, que nos identifica, que nos caracteriza, que nos individualiza.
Somos seres únicos, cada um com o seu grau de importância. Mais para uns do que para outros, mas temos valor. Temos que saber valorizar-nos a nós próprios. E não devemos menosprezar o próximo, pois também ele tem o seu próprio valor.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Via de dois sentidos

Formiga, concordo plenamente com o teu comentário do meu último post. Eu também estou comigo próprio LOL:)
Mas realmente uma comunicação faz-se entre uma pessoa que fala e uma pessoa que ouve. Numa conversa, uma pessoa fala, a outra escuta e responde. Seria um dar e receber de palavras:)
Há sempre um emissor e um receptor. Um ponto de partida e um ponto de chegada.
Do lado do receptor há que saber ouvir. Melhor, saber escutar. Ouvir pode entrar de um lado e sair pelo outro. Escutar é ouvir e interiorizar o que se ouve. Já o disse que acho uma falta de respeito uma pessoa não responder a uma pergunta. É ignorar ou desprezar. Então eu que detesto ter que fazer a mesma pergunta duas vezes. Mas simplesmente ouvir é de uma certa forma estarmos a ignorar ou a desprezar. Um falta de consideração pelo próximo.
Já do lado do emissor é importante saber o que emitir. Pouco interessa falar por falar. Saber transmitir o que o emissor gostaria de escutar. Por que se não, o próprio silêncio pode ser apreciado. Não vamos encher de chouriços, não vamos triturar ou amassar ouvidos. Claro que não é coisa fácil. Os gostos e os interesses variam muito de humano para humano. As mulheres falam de pedicure, os homens de futebol. Há que ter alguma noção se as nossas mensagens estão a ser bem recebidas.
Muitas vezes encontramos pessoas que falam e falam e falam. Falam pelos cotovelos. As vezes até chega a cansar de tanto os ouvir. São óptimas para quebrar o gelo. São óptimas em momentos de silêncio. Mas tipicamente têm um defeito. Não sabem ouvir os outros. Não deixam que outras pessoas possam falar. Parece que a ânsia de falar é tal que se focam de tal maneira que ficam abstraídos do mundo que os rodeia. Ou o que tem que ser dito tem que se dizer e vai ser dito custe o que custar. A ditadura sempre foi um estado de governação que nunca concordei:)
Depois há que saber como comunicar. O "saber escolher as melhores palavras para expressar o que nos vai na alma":) Nós somos seres humanos em que fazemos interpretações diferentes sobre a mesma coisa. Por isso a comunicação devia ser clara e precisa. Não deixar margem para erro. Pois são esses erros que levam a guerras, conflitos, desentendimentos, confusões. Muitas vezes usamos metáforas para embelezar o texto. O que dá um outro encanto à comunicação, mas que nem sempre é um encanto positivo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Buraco negro.

Não há pior sensação que não saber. Ficar na ignorância. Olhar para o desconhecido. O incógnito.
Diz-se no meio de ironia e gozo que ignorância é uma bênção. É verdade que se não soubermos que foi por um triz que fugimos de uma morte certa, não nos vamos preocupar com isso.
Mas saber que existe, mas não saber o que é, o que há ou o que foi.
Procurar solução de um problema seja no trabalho, nos estudos ou em casa. Não saber onde deixei as chaves de casa ou da cabeça. Percorrer um destino incerto sem fim à vista. Ver o penúltimo episódio de uma série e ter que ficar à espera que saia o final.
Coisas que nos dão em doidos.
Naturalmente há coisas que chateiam mais a uns do que a outros. Depende de gostos e feitios. Por exemplo passa-me completamente ao lado o facto de não saber qual o nome do perfume x ou rimel y. Mas talvez para uma mulher já faz diferença.
A mim uma das coisas que mais me chateia é não ter resposta. E eu nem sou uma pessoa de muita conversa e por isso não dou azo a muitas.
Mas detesto quando estou a falar com alguém na net e de repente deixo de ter qualquer resposta do outro lado da linha. Um buraco de silêncio. Naturalmente que há imprevisto, razões e justificações que não temos controlo. A ligação caiu, não reparamos que veio uma última palavra, estamos ocupados com algo urgente ou prioritário, fomos chamados ou desviados da nossa atenção. Acontecer um ou duas vezes ainda se aceita, e se possa entender com justificação. Alias justificação acaba por ser de uma certa forma uma resposta mesmo que tardia. Mas três, quatro, cinco, ou mais sem qualquer resposta ai não são imprevistos. Ai é mesmo ignorar, desprezar.
A outro nível é não responderem a sms ou emails. Dar resposta a conversas ou feedback. Ou a convites para qualquer coisa ou pedidos de informação. Uma pessoa esquece-se de responder, tudo bem. É um ou dois. Mais é desprezo. Até digo mais, acho mesmo que é falta de respeito.
É que deixa-nos numa situação incomoda. Não sabemos se a mensagem foi recebida. Não sabemos se foi lida. Se vai haver resposta. Não sabemos se estamos a ser ignorados ou desprezados. Não sabemos nada. Somos burros a falar para um palácio.
Claro que depois uma pessoa aprende e da próxima já não envia nada. E ai se dá o grande problema da sociedade. A falta de comunicação. As pessoas não falam, não comunicam, não se entendem. Não há transferência de informação, de ideias ou de valores. Não há partilha.
Pior ainda é quando há comunicação, mas distorcida, enganosa. De males sofre o mundo e a mentira é outro deles. Tentamos ocultar os ovos podres. Tentamos deixar na ignorância o próximo. E distorcemos a realidade. Mas a verdade há de vir ao de cima e as consequências são bem piores.
Num patamar mais baixo, o próprio feedback a este mesmo blog. Já o disse noutras ocasiões, não é para ter reacções positivas ou negativas que escrevo aqui. É mesmo para mim próprio. Mas um comentário bom ou mau é sempre bem vindo:)
É como o buraco negro, sabemos que existe, e talvez possamos entender o que está a fazer, mas não sabemos como, porquê e para onde vai o raio da matéria.
Num patamar bem superior, é não saber o que as outras pessoas pensam. O busílis. No que eu penso bem podem ler aqui;)
Ignorância não é uma bênção. Por exemplo uma criança ignora que partir os brinquedos não está correcto, pelo contrário, até vai achar piada. Quem não o vai achar são os pais que não o vão querer deixar na ignorância.
Há que aprender e há que comunicar.

sábado, 5 de setembro de 2009

Mais uma semana.

As ferias já lá vão. A primeira semana de recomeço de trabalho também.
Incrível como estas semanas de trabalho passam num instante. É o efeito rotina. Habituamo-nos a fazer sempre a mesma coisa dia após dia. Acordar cedo, trabalhar das 9h às 9h, jantar, copos e cama.
Mas depois de duas semanas de férias, este recomeço de trabalho é sempre diferente. Temos outra frescura mental e física. O andamento é outro. Ainda estamos num ritmo de férias.
Além disso, eu gozei as férias até ao último segundo. Ou seja, segunda-feira de manha vim directo de Armação de Pêra para Sines. Carregado com toda a tralha das férias e todo o material de windsurf fiz uma paragem obrigatória pela casa de Sines para trabalhar, antes de retomar à casa da partida pela noite dentro. Onde curiosamente me esperava um jantar para planear as próximas férias LOL.
Pois é, a vida não pode ser só trabalho. É por isso que já não andamos em noitadas malucas a trabalhar. É por isso que já nos damos ao luxo de ir jantar ao restaurante in de Sines. É por isso que posso ir descansado jantar a Vila Nova de Mil Fontes com um casal amigo de férias. É por isso que já consigo dar-me ao luxo de ir correr num Sines madrugador:D
Uma semana rápida, mas marcante. Seja pelo tempo passado, seja pelo rever da magnifica equipa onde me insiro, sempre alegre e bem disposta. Naturalmente com especial destaque para as princesas;)
Até o regresso à casa Mãe não deixa de ter algo de rotineiro. Leio o jornal enquanto janto e passa o telejornal ou qualquer serie de televisão. Deixo a ferver um delicioso chá de limão com gengibre e mel enquanto lavo a loiça e coloco a roupa na máquina. Há pois é, também é necessário tratar das lides da casa:) E para terminar a noite o portátil fica sobre a cama onde pretendo descansar.
É verdade que devia ser um fim de semana para descansar e tentar curar a minha tosse de vez. Para isso contribui o chã e uma noite bem dormida. Mas já sei que quem não vai colaborar é o vento. O windsurf agradece:)
Enfim, mais uma semana da minha vida, e que termina com mais um post:)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Felizmente para os outros

Estamos a chegar ao final de Agosto. Para muitos é o fim das "ferias grandes". Do típico português que vai com a família para o Algarve. Como por exemplo eu, mas sem família atrás:) É muita gente, é muita confusão, é só tugas e bifes. É tudo verdade. Mas tendo casa livre há que aproveitar. O vento aqui tão perto na praia do alvor é muito bom. Infelizmente não soprou tanto como o ano passado. Felizmente para outros:) Sim, boa praia para mim, é má para o comum dos mortais. Boa praia para eles, não tão boa para mim, já que o vento é um elemento essencial para a prática de windsurf:)
Mas num desses dias, em que me tornei como um "outro" qualquer, observei como é aproveitado um final de dia numa praia solarenga. O sol quase a dizer adeus. Não se identificava pessoas, só perfis à fraca luz do sol. Incógnitos para mim, personagens centrais numa imagem típica de postal.
Um casal de reformados sentados na areia a observar a juventude e a vida que lhes passa em redor. Sossegados no seu cantinho ninguém lhes chateia. Relaxam e pensam na vida. Era nessas altura que pagava para saber os seus pensamentos:) Não tinham propriamente um ar feliz. Problemas económicos? Pensavam na crise? Nas eleições que ai vêm? Problemas com o parceiro? Com o trabalho ou em casa? Pensavam no Sporting? Não sei e talvez nem nunca saberemos. Mas claramente naquele fim de tarde os seus pensamentos absorviam-lhes.
Numa dinâmica completamente diferente, jovens jogavam à bola ou às raquetes. Desportistas por natureza divertiam-se num estádio cheio de veraneantes. O ser humano foi criado para se mover. Os músculos contraem-se e relaxam-se. E é necessário exercita-los para ter a elasticidade nos momentos certos. É por isso que o exercício físico é essencial à vida humana, para uma vida saudável e bela. E estes jovens fazem-no com prazer.
Naturalmente, outro exercício muito praticado na praia são as caminhadas à beira da água. Inúmeras são as pessoas que fazem um belo passeio junto à arrebentação da maré. Até nas pequenas praias abrigadas pelas falésias existe quem ande de uma ponta à outra.
Depois existem aqueles estendidos na toalha a ressacar de um dia intenso de calor. Seja de barriga para cima ou para baixo. Para a esquerda ou para a direita. Qualquer ponto é uma infinita cama de areia.
Nesta altura do dia muitos são os que resistem na penumbra. Mas muitos outros também já se foram embora ou estão a ir.
Na imagem ainda se encontra quem simplesmente conversa com o vizinho do lado. Quem joga às cartas. E fundamentalmente quem ainda goza a "sopa de caldo verde", apesar do arrefecimento normal pela ausência directa do sol. Mas a temperatura da água do mar tem estado mesmo boa. Ainda não chega ao chá de Jeri, mas para os padrões europeus dá e sobra.
No fundo, nada de stress.
As férias foram calmas e relaxantes, essencialmente mental. Pois entre copos, poker, festas, pouco tempo sobra para dormir durante a noite. Durante o dia há praia e há sol. E vento de vez em quando;)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nova visão de Sines.

Agora são 4h da matina, mas por volta das 11h45 da manha de uma segunda-feira esta foi a minha nova visão de sines:



Durante o trabalho não temos tempo nenhum, mas durante as ferias também não. Tentamos aproveitar ao máximo. Jantei em casa dos meus tios. Acabei de vir dos copos de albufeira. Amanhã de manhazinha já vou à praia com o meu primo, depois almoço em casa da minha irmã, e volto para a praia. Infelizmente não tem havido bom vento, se não seriam tardes a navegar, então nestas condições windsurf fica para segundo plano:S
Se possível, nas ferias não paramos, dependendo das opções, podemos não descansar fisicamente, mas pelo menos descansamos mentalmente. Desanuviamos do ambiente de trabalho. Como hoje em dia já não temos as mesmas ferias como tínhamos quando éramos estudantes. Meses e meses de ferias. Neste momento limitamo-nos a 25 dias de ferias, nem chega a um mês de ferias. Alias se contarmos os fins-de-semana que não devemos estar a trabalhar, talvez conseguimos tirar um mês completo.
Mas como estamos limitados ao número de dias de ferias, tentamos aproveitar ao máximo. Tentamos fazer o máximo de coisas. Tentamos aproveitar a 100% o nosso tempo de lazer.
E no fim estamos esgotados.
A verdade é que devíamos conseguir desanuviar durante todo o ano. Nem que seja durante o fim de semana. Assim não precisávamos de esgotar todos os cartuchos durante as ferias de verão.
Infelizmente a crise dura, e o trabalho torna-se mais exigente. Ficamos de mão atadas.
Agosto, por excelência é um mês de ferias. Incrível a quantidade de carros que encontrei na autoestrada. Tanta a gente a rumar ao sul de Portugal. Mas na companhia de Orquestrada lá naveguei por entre carros e 2 horas depois finalmente chego a Armação de Pêra, terra de destino.
Muita coisa me espera. Muito espero destes dias. Há que aproveitar. Há que desfrutar. Há que gozar. Há que apreciar:)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Enfim...é a vida que levamos.

Desta vez nem o proxy da APS me cala. Aparentemente todo o que é google anda a ser bloqueado, inclusive o blogger.com. Mas se juntamos um português que é informático de origem oriental...nada é impossível:)
Enfim, quando uns descansam e outros jogam poker ao sabor do álcool. Outros seguram o estaminé e inclusive atendem telefonemas do CDN. O trabalho está duro, projecto difícil. Mas é melhor ter um trabalho duro do que uma vida dura. O desemprego é cada vez maior. A crise mundial é grande. Os economistas, que pouco fazem de produtivo, não souberam prever o futuro negro da nossa sociedade.
Durante anos pareceu que toda gente ficou mais rica, mas multiplicação dos pães só há um, a multiplicação do dinheiro haveria de acabar e desmoronar toda uma estrutura capitalista.
Enfim2, é o que temos da nossa sociedade de hoje em dia. Não podemos voltar a trás, só temos que olhar para o presente e planear o futuro. Um futuro melhor sonhamos nós todos os dias. A vida é feita de sonhos, mas espero que não sejamos comodista e que nos contentemos pela ronha na cama. Minutos são minutos, horas são horas, o tempo não para e não volta para trás. E mais do que isso, os sonhos não andam se nós não andarmos. Há que fazer, há que lutar, há que exercitar. Acredito que somos recompensados pelo trabalho que fazemos, seja aqui na terra como no céu. Mas lembrem-se que não há almoços grátis.
Enfim3, mais um deploy feito e o turno da noite está pronta para ocupar o seu lugar na Albergaria D.Nuno em Santiago do Cacém. Mas sem antes cair mais uma chamada do CDN. Fazemos por nós, fazemos pelos outros, fazemos por todos. É bom que a recompensa seja eterna, pois o trabalho assim o parece.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sem nada para dizer.

O que é que uma pessoa escreve quando não tem nada para escrever.
Alias, eu não fui uma pessoa muito comunicativa, e por isso acho incrível como há gente que passa o tempo todo a falar. Seja a dizer baboseiras, a dizer coisas interessantes, curiosidades ou fofoquices.
Acho que são os extremos indesejáveis. Não há equilíbrio.
Bem, e o cansaço não ajuda nada ao raciocínio. Faltam-me ideias, imaginação, clareza, pensamentos. Um vazio tremendo, um autêntico buraco negro.

Uma coisa que é muitas vezes tema de conversa: o simples gozo do próximo. Coisa que eu não consigo. Podemos brincar com amigos, mas gozar daqueles que de nada conhecemos. Deus sempre nos ensinou a respeitar o próximo. Desconhecemos por completo razões e passados. Tudo tem explicação. E não devíamos falar sobre o que não conhecemos. Principalmente falar mal. Pois ninguém faz por mal. Somos assim, todos diferentes, todos iguais.

Mas porque gozamos tanto? Simples, porque nos sabe bem. Coloca-nos num patamar superior. Sem defeitos nem feitios. Esquecemos as nossas imperfeições focando nas dos outros. Lá voltamos à questão do rebaixamento em vez do crescimento. Em vez de olharmos para cima, olhamos para baixo. E ficamos corcunda. Depois aparece alguém para nos gozar. E lá recomeça o ciclo. É um ciclo de vícios, e como qualquer vício, só faz é mal.

domingo, 19 de julho de 2009

5 minutos para escolher, 5 minutos para vestir.

Ontem a família continuou a crescer com mais um bonito casamento. Novamente gente gira se juntou num só local.
Mas desta vez vou dar a minha visão feminina do evento. Digo "a minha visão" pois realmente não consigo ir muito além, e o vocabulário na matéria é diminuto.
Bem, para começar, vamos ver o que elas pensam num casamento. (Meninas comentem se eu tiver errado...mais do que provável...)
Elas observam o que a vizinha do lado trás vestido, se as cores combinam entre si, se o corte do vestido é adequado, se o cabelo está bonito, se tem brincos, se tem blush, se tem rimel, se exagerou na maquilhagem, se mil e uma coisas. E no fim imaginam o quanto custou ou não aquilo tudo, para comparar com os seus gastos pessoais.
A minha visão realmente não conseguir ir muito além e fiquei-me por uma única observação. Vestuário e na opinião mais básica. Mas foi para vestuário feminino e masculino.
Iniciando pelo mais fácil, vestuário masculino. Naturalmente fato e gravata:) Aqui excedi-me um bocado e notei que a maioria das camisas são brancas, algumas azuis e raras excepções. Com uma opção de escolha tão reduzido, não é de estranhar que uma hora antes de eu sair de casa para o casamento ainda não tinha ido buscar ao armário o que ia vestir:) Naturalmente também não escolhi qualquer vestimenta. Já tinha noção do que poderia vestir: o meu melhor fato, a melhor camisa e uma bonita gravata. 5 minutos para escolher, 5 minutos para vestir:)
Agora vamos ver o que elas trouxeram vestido. Por mais que possa estranhar, as opções também não são muitas na escolha do tipo de vestido. O problema parece mesmo ser na escolha das cores e nos pequenos ajustes que faz toda a diferença. Mas ai a culpa é mesmo das mulheres, quem vos disse para inventarem tantas cores diferentes?
Ainda por cima muitos homens são daltónicos num certo grau. E por isso passa-nos despercebido se vocês usam a cor...agora era uma boa altura para saber duas cores parecidas, mas realmente o meu conhecimento fica por aqui LOL.
Mas esquecendo as cores, praticamente todos os vestidos têm o mesmo formato. São vestidos com ou sem alças, mas que apertam/seguram logo a seguir ao peito, deixando descair livremente o resto do vestido. Bonito, sim senhor. Mas melhor ainda, uma forma inteligente de disfarçar aquela barriguinha que não abateu com a dieta de última hora:) Poucas são aquelas que conseguem trazer vestidos mais arrojados.
A verdade é que deixar de comer não é dieta saudável. Realmente podemos reduzir o que consumimos de uma forma equilibrada. Mas também é fundamental o exercício físico. O descansar e dormir bem. Pois mesmo durante o sono o corpo faz um trabalho intensivo e importante.
Mas voltando ao vestido. A maior evidencia de igualdade de opções são as grávidas presentes que devido às circunstancias usam vestidos soltos para proteger a imagem e o futuro rebento. Mas esses vestidos em nada diferem dos demais.
Ou será que a minha irmã e a minha prima não eram as únicas grávidas presentes do casamento?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Vou dormir, tenho sono.

Falta de tempo é tramado. Porque é que o dia só tem 24h? não dá para nada. Não se dorme o suficiente, não se trabalha o suficiente, não se diverte o suficiente. Vivemos uma vida louca. Segundo prioridades, opções, oportunidades, segundo poderes superiores e inferiores.
Estou desde 3 de Julho em Sines. Para entrada em produção na APS. Com um simples intervalo que nem chegou a 24 horas.
Esta pequena cidade até tem o seu encanto.
Mas noites atrás de noites, dias atrás de dias. Trabalho e mais trabalho. É por isso que não tenho tido oportunidade de escrever tanto como queria.
Mas assim não rende.
A provar isso é a grande estupidez que acabei de fazer! Podia entrar aqui em detalhes do trabalho que estou a fazer, mas havia de estar a falar chinês:D o multilingue é tramado.
Mas voltando a questão de fundo, fazer uma noitada significa viver mais umas horas seja a trabalhar ou a curtir, mas viver mais umas horas acordado. O pior é que por vezes nos esquecemos que também se vive a dormir. O corpo humano trabalha que nem um maluco para nos recarregar a energia. Por alguma razão o humano foi criado de modo a necessitar de dormir. Mesmo na pré-historia o homem dorme. Deus tinha razão quando nos criou.
Seja em camas fofas, pequenas ou grandes, no sofá, no colchão ou até no chão. Qualquer local pode ser um potencial local de repouso.
É verdade que resolvemos problemas durante a noite. É verdade que conhecemos o amor das nossas vidas numa noite louca ao luar. Mas é totalmente verdade que é durante a noite que sonhamos e criamos esperanças de vidas melhores. Criamos ideias e libertamos a mente para voos mais altos. E melhor que tudo, é quando eu tenho os pensamentos mais produtivos;)

Uma última palavra antes do descanso do guerreiro. O que nos safa são as princesas que ao menos animam as hostes da APS e equilibram o típico desequilibro deste infeliz mundo informático:)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O peso da língua.

Por causa da internacionalização do mundo, podemos encontrar quase tudo para inglês ver. A língua inglesa, pela sua massificação, tem sido adoptada como língua universal. Só mesmo em certos países, muitos deles europeus, se insiste na sua língua materna, e praticamente recusam-se a falar outra que não a deles. Espanha é um exemplo típico. Onde se traduz e se dobra tudo e mais alguma coisa. E depois quando se querem conectar aos restantes terráqueos, o inglês deles é tudo menos inglês.
Contudo, as nações do mundo não devem descartar as suas línguas maternas em prol do inglês ou outra língua globalizada. Como por exemplo, devido à importância do país no contexto actual, o chinês tem sido uma das línguas que mais se tem divulgado pelos quatro cantos do mundo.
Mas o português. Falado nos países PALOP e por esse mundo fora, enraizado no povo emigrante e luso-descendente. Não tem a mesma expressão que outras línguas. Mas ainda bem.
Pensar global e crescer globalmente, tipicamente é o objectivo. Quanto mais melhor. Mas ser pequeno e restrito, também tem as suas vantagens. Um pouco como tudo na vida. Não há 100% certezas, e nem tudo é totalmente bom, nem totalmente mal. Em tudo há vantagens e desvantagens.
E neste caso, a vantagem de ser pequeno é ser único. Dá-nos uma identidade específica. Permite-nos falar à vontade fora de portas, sem ninguém nos perceber.
E permite-nos fazer pesquisas por omissão já filtradas. Ou seja, e esta questão foi ponto que levou os pensamentos a focarem-se no tema: num ambiente informatizado e globalizado, naturalmente a língua "oficial" é a inglesa. E portanto quando queremos procurar modificação em códigos e templates, ser português tem as suas vantagens, pois permite-nos procurar realmente só por palavras portuguesas, reduzindo substancialmente o raio de pesquisa.
O português já não tem a importância de tempos de império. Mas é a nossa língua.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Afinal há dois dedos de testa

Para quem é de lisboa, ou conhece a realidade das manhãs de trabalho na 2ª circular, sabe bem o quão radical foram os primeiros efeitos das obras no nó de Pina Manique, sentido Lisboa-Sintra.
Está-se a terminar o último troço da CRIL/IC17 e reformulações estão se a fazer no cruzamento entre IC19, 2ªCircular, Circular de Benfica e CRIL.
Esta obra, há muito planeada, esteve à espera durante anos. Sucessivos adiamentos foram feitos por conflitos de interesse pelas zonas por onde deverá passar a CRIL.
Mas ultrapassado tais obstáculos a obra avançou.
E então na semana anterior à dos feriados de Lisboa, e depois de vários meses de obras, os primeiros efeitos práticos foram mostrados ao mundo. Finalmente há evolução, há melhoramentos, há...muito mais tráfego, muito mais confusão. É verdade que a alteração apanhou toda a gente de surpresa. Pelo efeito em si, mas principalmente porque tal alteração não veio melhorar a circulação, mas sim, piorar!
Inacreditável, com tantos anos de planeamento, podendo saber ante-mão os problemas que tal nó produz. E sabendo a quantidade de gente que circula em tal estrada, não souberam planear decentemente a saída da 2ªCircular para a CRIL. Pior, se antes havia uma alternativa viável pela Circular de Benfica para contornar o trânsito da 2ªCircular, esqueçam, que por ai passou de 80 para 8.
Contudo, nota-se que houve pensamentos e planeamento. A terceira faixa de rodagem mais à esquerda e que termina depois da saída para a CRIL, de modo a ajudar a circulação de quem vai continuar pela IC19, comprova isso.
E a questão impunha-se: isto é mesmo para ficar assim? ou é temporário e o pesadelo não passou para o inferno.
Felizmente, não é solução definitiva. Apesar de parecer que era solução final. Terça-feira passada lá apareceu uma alteração essencial ao traçado. Em vez da única faixa de rodagem de saída para a CRIL foi adicionada mais uma, voltando às originais duas faixas de saída. Notando-se claramente que foi é um remendo do planeado.
Ainda não sabemos os reais resultados de tal mudança, até porque esta semana as escolas entraram em férias e o tráfego diminui. E eu também estou a vir mais cedo que o habitual, só apanhando mesmo os mais madrugadores. Se bem que antes as 9h havia transito e as 8h não havia, depois da primeira alteração passou a haver muito, mas mesmo muito transito as 9h e as 8h passou a haver transito :S
Podemos não saber o real impacto que tem a alteração de última hora, mas sabemos que pelo menos há quem se preocupe e que concorde com todos os condutores da 2ªCircular que a situação anterior era insuportável.
Se bem que nunca há soluções que agradem gregos e troianos. E agora para quem vem da CRIL e queira sair em direcção a Sintra vai ter que passar 3 faixas de rodagem! e em hora de ponta serão 3 faixas cheios de carros.
Agradando ou não toda gente, decisões estão a ser tomadas, e só assim é que se anda para a frente:)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Arte Rupeste

Hoje, feriado nacional, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, dei um pequeno intervalo ao trabalho e aos estudos e aproveitei para voltar às corridas matinais.
E numa das poucas voltas que dei ao estádio universitário, singular gravura, observado de relance, conquistou-me a atenção e os pensamentos.
Uma típica declaração de amor: um coração com a adição do nome de dois pombinhos. Tal como esta, muitas outras inscrições se aglomeravam em toda a árvore.
E então fez-me pensar: quem terá sido a primeira pessoa a cometer acto de "vandalismo" à mãe natureza? É como a invenção do fogo ou da roda. Acto singular, copiado por todos, espelhado pelos quatro cantos do mundo e sem um registo de patente. Um incógnito para sempre.
Mas o que é que deverá ter passado pela cabeça de tal indivíduo? será que na altura já não havia espaço para pintar nas pedras? ou será que tal acontecimento apareceu antes de qualquer gravura rupestre? A erosão temporal demora a fazer efeito numa pedra, ao contrário de uma árvore, que sendo um ser vivo, transforma-se e renova-se no tempo.
Vendo bem, a ideia é mesmo genial. Provavelmente o primeiro acto ecológico do ser humano. Uns cortes num troco de uma árvore não lhe faz mal nenhum, pelo contrário, por vezes esses cortes ajudam a crescer novos ramos, a fortalecer a própria árvore.
Se bem que no fundo, não se esqueçam que é de uma vida que estamos a falar. Pode não ser humana, mas continua a ser um ser vivo que muito contribui para a nossa saúde.
Mas o acto de genialidade ecológica é que a nossa acção de "vandalismo" pode ser limpo automaticamente com o próprio crescimento da árvore.
Ao contrário dos rabiscos numa parede que duram milhões de anos, tal como se tem encontrado e verificado um pouco por todo o mundo. Pior, desenhos de um artista que dificilmente continua a habita entre nós, obriga-nos, milhares de anos depois, a mudar o rumo da nossa história. Barragens que são desviadas, dinheiro que é gasto em preservação. Incrível como um simples gesto influência a vida de milhares de pessoas vastos anos depois. É o efeito borboleta milhares de anos depois. Por isso pensem bem no que estão a fazer, pois os vossos actos vão influenciar outras vidas outros seres, para bem ou para mal.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

I workshop DimSum

Hás uns anos a ASAE fez uma devida inspecção a estabelecimentos de restauração de origem chinesa, encontrando inúmeras inconformidades. Desde então muitos desses estabelecimentos transformaram-se em restaurantes japoneses que neste momento estão na moda. Muitos chineses fecharam, muitos japoneses abriram. Agora fala-se de sushi, sashimi, wasabi, sake, etc, etc, etc.
Mas será que chegou ao fim os restaurantes "bons e baratos"? Muitos continuam com a mesma qualidade de sempre. O restaurante Estoril Mandarim, para mim o melhor de todos, lá continua com a sua habitual qualidade.
Contudo, nada supera a cozinha caseira. Qualquer que seja o prato confeccionado, nada bate aquele prato especial da mãe ou da avó. A comida tradicional que Portugal tanto tem.
Então o meu tio, juntando a sua aptidão para a cozinha e o conhecimento ancestral dos meus tios e avós, decidiu começar a realizar workshops de comida cantonesa.
Este fim-de-semana, eu e os meus primos fomos os seus primeiros discípulos. Um par de horas cheio de convívio e partilha de conhecimento originaram em pratos rápidos e simples. Conhecidos de todos: vantan frito, sopa de vantan, chaomin com frango e gambas, arroz chaochao, porco acre e doce, Laços de Mel (dan san). Outros pratos podem ser confeccionados, outros módulos estão disponíveis. Tudo em DIMSUM - Workshops de Cozinha Chinesa ao...Domicílio!
Comida caseira de origem oriental. Com um toque familiar ao alcance de qualquer pessoa. Deitando a baixo a ideia de que os pratos chineses são demorados e difíceis de confeccionar.

No fim veio a degustação dos nossos próprios pratos. Uma maravilha:)

domingo, 17 de maio de 2009

De volta ao Técnico para estudar.

Coincidência ou não, mas foi necessário voltar a pisar os terrenos do Instituto Superior Técnico na Alameda para voltar estudar. Se bem que não foi inspiração para estudar que encontrei na alameda. Antes pelo contrário, mais um Super-Arraial do Técnico. Muita festa, bebidas, diversão e excessos. O que o pessoal quer é esquecer os estudos por uns dias. Deitar tudo cá para fora. A abstracção dos problemas reais. Há de haver vida para além do super-arraial, mas ontem a vida tem vida. Horas antes passavam naquela mesma calçada estudantes preocupados com trabalhos e exames. Horas depois passam naquela mesma calçada estudantes divertindo-se à grande.
Os anos passam e o ambiente é o mesmo. Numa escala mais reduzida devido à própria crise que nos toca a todos. Mas lá continuam as barraquinhas, o palco central, os wc's, muitos jovens e morcegos:) Toca a musica o pessoal desce, pára a musica o pessoal sobe. A primeira noite encontrou um David Fonseca em bom nível, não chegou para encher a casa como nos bons velhos tempos, mas mesmo assim foi bem melhor que a segunda noite. Noite essa que até teve brinde dos céus. A antecipar o encerramento das portas, a lavagem do chão veio mais cedo. Felizmente terminou antes da actuação dos Expensive Soul. Pois se sem chuva o publico já era pouco, então com chuva deveria ser um triste espectáculo.
Depois é interessante rever antigos transeuntes com quem cruzávamos os corredores da universidade. Ai parece que o tempo não anda, as pessoas continuam as mesmas. Facilmente reconhecidas como se ontem fosse a primeira vez.
Faz-nos relembrar os bons tempos de estudante. Poucos horários fixos, muito tempo livre:) Patrões de nós mesmo.
Mas tudo que tem inicio também tem um fim. E mais Super-Arraial agora só para o ano. Os estudos estão de volta. As preocupações também.
Eu preciso de estudar. Não é que vá fazer um segundo curso ou tirar mestrados ou pos-graduações ou algo do género. É só para uma simples certificação de java. Preciso de me tornar estudante por uns dias. Mas mesmo só a parte mais complicada de ser estudante: aquele que precisa de estudar e aprender qualquer coisa.

domingo, 10 de maio de 2009

Trio d'Ataque: O casamento.

Hoje chove em todo o país. Mas ontem enquanto chovia em Lisboa, no Porto encomendava-se sol. O protocolo assim o exigia.
Quem? Gente bonita vestida a condizer.
Onde? N41,22045º W8.61261º
Quando? 9 de Maio de 2009
Porquê? Casamento de gente importante.

Um casamento dura tipicamente entre 8 a 10 horas. Durante essas horas muita coisa acontece. Mas muita coisa acontece antes e depois deste particular período das nossas vidas.
Antes, há toda uma preocupação de se organizar as 8 a 10 horas perfeitas. Escolhe-se local da celebração do matrimónio, seja ele religioso ou não. Visita-se quintas e experimenta-se ementas. Escolhe-se convidados e convidadas. Prepara-se convites e road-book. Arranja-se fatos e gravatas. Faz-se a manicure e pedicure.
No depois, espera-se uma vida a dois que se poderá tornar a 3. Ou a 4, ou a 5. Se forem gémeos saltamos 1 ou mais números:)
Nas horas que contam ser perfeitas, como tudo na vida nem tudo corre como planeado.
Gente que se perde no caminho, gente a mais, gente a menos. Comida a mais, comida a menos. Horários encurtados ou alargados. Uma das coisas mais difíceis de planear num casamento é mesmo a organização das mesas. Infelizmente não é praticável encaixar toda gente na mesma mesa, e por isso é necessário dividir para conquistar. Mas infelizmente é impossível agradar a gregos e troianos. E no final há sempre alguém que sai frustrado.
Mas o que nos torna únicos é mesmo a maneira como sabemos lidar com os imprevistos. Com o que não sonhamos nem planeamos. Nada corre como idealizamos, seja para bem ou para mal. É preciso é saber encarar obstáculos com optimismo. Pois se nos "portamos bem" as coisas hão de correr pelo melhor.
Mas independentemente do planeado, nada ou quase nada impede que haja sorrisos tridentes perante cameras cintilantes. Passos de dança com jeito ou menos jeito. Passeios e beijos ao luar. Palavras e conversas trocadas. E comida para alimentar um batalhão inteiro. Desde cocktail, aperitivos, entradas, prato de peixe, prato de carne, sobremesa, bolos, fruta, mesa de queijos e uma ceia de tudo um pouco. Claro está, tudo regado por vinho branco ou tinto, água ou sumos, inhas ou oscares, no fundo tudo o que o bar servir.
No fundo não há preço para testemunhar a felicidade de dois pombinhos e sus muchachos y muchachas de la vida numa ocasião tão especial.

Parabéns ao novo casal Maria Eugénia "Geninha" e Rui... Miguel. Quem?!
Será que fui ao casamento errado? Ou foi efeito Queima da noite anterior? que o digam os muchachos do gurosan :D
Mas claro que sei quem são.
Desde que um lisboeta e uma tripeira se conheceram durante a geração mIRC. Desde que um trio que afinal era quarteto se atreveu a conhecer uns quantos alfacinhas.
Volvidos vários anos de histórias para contar (curiosamente uma delas está presente neste blog desde o primeiro dia), finalmente há casamento.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pré-Verão em Porto Covo

Já o ditado dizia: "Abril, águas mil". E não é que a chuva e o frio terminaram exactamente no dia 1 de maio. E ainda bem, pois permitiu termos um excelente tempo de verão num fim-de-semana prolongado:) Milhares rumaram a sul, à procura de um estágio de verão fora de época num Allgarve solarengo. Eu desta vez fiquei-me pela costa alentejana, mais concretamente Porto Covo.


Excelente vila piscatória cheio de histórias para contar. Desde pessegueiros que não dão pêssegos, mas dão merda de gaivota. Ou "Oh lindas" que são barcos mas da beira mar não são.
Até nem faltou neste pré-verão as habituais filas de transito de regresso a casa, recheadas de acidentes e pára-arranca. Novidade só mesmo o facto da ponte da revolução estar milagrosamente tão desafogada, ao contrário do seu vizinho descobridor. Pessoal, cravos foram a semana passada e os planos de demolição já estão caducados. A radio Capital bem tinham razão na informação de trânsito, não tinha era muita audiência:)

Mas enganam-se aqueles que já pensam em trocar as camisolas pelos bikinis, pois a borboleta continua a bater as asas no outro lado do mundo. As nuvens e o vento frio devem voltar já no próximo fim de semana:S Esperemos que esteja enganado, pois next stop: Porto tripeiro. E não pode haver casamento sem fonte da vida.
Contudo ainda falta uma semana de árduo trabalho pela frente, por isso até lá gozem o quanto puderem pois só se vive uma vez.

sábado, 25 de abril de 2009

Querido, mudei a casa!

Acabei de ver um episódio do programa Querido, mudei a casa!.
E é incrível a felicidade e influência que um simples programa pode provocar numa vida. Basta dois dias cheios de vontade e mãos à obra. Não é só ganhar dinheiro, é o transformar do nosso lar, do nosso refugio diário. Dar um novo ar positivo ao nosso recanto do dia a dia.
Naturalmente que no final os agradecimentos para o querido multiplicam-se.
Mas não faria sentido agradecer também a mim e a todos os outros espectadores do programa?
Se não vejamos. Porque é que quem ganha uma casa nova não precisa de gastar um tostão? porque o programa e todos os parceiros suportam os custos.
Pura solidariedade? Um pouco, talvez. Pura, duvido. É que o programa é uma autêntica montra publicitária. Desde vendedores/distribuidores a fazer apresentações in loco dos seus produtos, até ao catalogo que é apresentado no final do programa que etiqueta tudo e mais alguma coisa. Só falta mesmo indicar o preço.
Mas para que esta montra seja produtiva é necessário haver publico. Eu e todos os outros espectadores:)

Não interpretem estas palavras como criticas ao programa, antes pelo contrário. Como referi no início, o programa é uma influência positiva. Naturalmente para quem é ajudado. Para quem ajuda, pois é uma enorme felicidade poder ajudar alguém. Para quem produz e patrocina o programa, pois este já dura há vários anos e se não tivesse lucro duvido que continuasse durante tanto tempo. E a todos nós espectadores que temos a oportunidade de aprender a reciclar moveis, fazer trabalhos de construção e reparação numa casa, absorvemos ideias de design e decoração.

Dois dias de mão-de-obra, mais uns quantos de produção e edição. Mais uma hora por espectador. Resultado: mudança para uma vida inteira.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Disparatar às tantas da manhã

Hoje tenho voo marcado para Barcelona para um daqueles fim-de-semana inesquecíveis:)
O problema é que o sol está quase a nascer e eu ainda estou acordado a resolver problemas de Java Heap Space, NullpointerExceptions, "cannot insert null" em campos obrigatórios da BD. E a aborrecer-me por não dar nada de jeito na televisão enquanto espero por release-local-code, por compilações, deploys, drops all e criação de tabelas, pelo arranque da base de dados ou do servidor.
A quantidade de tempo que uma pessoa perde em fazer nada. As máquinas e as tecnologias são cada vez mais avançadas, cada vez mais rápidas. Mas a exigência também é cada vez maior.
Que bom seria a idade da pedra. Poder passar o dia à volta da fogueira de papo para o ar:) Ou ser um gato ;)
A tecnologia é bom. Vem ajudar os preguiçosos e comodistas. Permite-nos chegar à lua e ao além. Descobrir doenças que toda a gente ignorava. Dá dor de cabeças a aqueles que nada pescam de computadores e aos que pescam mas que já estão fartos dos erros, das más implementações, das falhas, dos bluescreens. Mas curiosamente ainda não estamos na era do Terminator e por isso a tecnologia continua a ser um reflexo da imagem humana. Logo estas imperfeições só vêm demonstrar o quão imperfeitos somos. Ninguém é perfeito. O melhor que podemos fazer é tentar minimizar os nossos erros.
Como por exemplo, não fazer commits de código e esquecer-se de adicionar os novos ficheiros criados. Pois isso implica que toda a gente [neste caso EU] que fizer update deixa de conseguir compilar o código. E se não compilamos o código, não podemos testar o nosso trabalho. E ficamos parados até percebermos o que está a falhar. Depois lá tem que vir o martelo, pois o que dá mesmo vontade é partir tudo e seguir para outra.
Desta só para melhor? não. Desta para maluco. Mais do que já sou:)