terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Bom de mais.

Podemos ser demasiados bondosos, demasiado solidários, demasiado benfeitores, demasiados ajudantes. Será que num mundo cada vez mais carente, podemos dar nos ao luxo de dispensar ou evitar todo o bem que uma pessoa possa querer dar?
Claro que sim.
Simplesmente pelo facto de que tudo em excesso é sempre mau. Os extremos são prejudiciais. Podemos exagerar ao ajudar uma pessoa idosa a passar a passadeira? Claro que sim, o idoso pode se sentir incomodado pela ajuda, pode não entender as nossas boas intenções ou pior ainda pensar que lhes queremos mal, ou pode querer saber onde vai o seu limite. Mas tendo uma ajuda, esse limite torna-se enganador.
Podemos ajudar para sempre um pais empobrecido com todo o arroz do mundo? Claro que não, pois se o país não aprender a cultivar o seu próprio arroz, então ficará sempre dependente de terceiros. Tal como a velha história de que não devemos dar um peixe a um pobre, mas mais vale dar-lhe uma cana de pesca e ensinar-lhe a pescar.
É assim que as pessoas crescem, sentido dificuldades e ultrapassando obstáculos. Se necessário aprender com os erros.
Agora se estamos sempre a ajudar e a retirar esses obstáculos da frente, então uma pessoa não evolui, fica dependente de terceiros.
É por isso que eu acho que devemos saber ser um pouco individualistas. Ajudar é bom. Melhor, é óptimo. Ser solidário. Já disse isto noutras ocasiões: me encanta ayudar el otros. Adoro trazer felicidade aos outros. Eu fico feliz só por ver o próximo feliz.
Mas não podemos deixar que os outros dependam exclusivamente de nós. Ensinar-lhes a ser autodidactas. Ensinar-lhes a pensar e a raciocinar. Ensinar-lhes a ser criativos e espectaculares. Ensinar-lhes a ser independentes. Porque amanhã eles poderão ser o nosso futuro.

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