quarta-feira, 28 de maio de 2008

Pela noite dentro

Já não é a primeira vez que alguém me aponta erros de ortografia. Eu bem avisei no meu primeiro post:) eu sempre fui um mau aluno de português, espanhol, inglês, chinês, etc, etc, etc. E francês? acho que nem tenho o direito de considerar que fui aluno de francês:P
Mas os meus muitos erros têm outra explicação. As horas tardias a que normalmente escrevo.
Existem duas alturas do dia ideais para a escrita.
De manhã, praticamente ao nascer do sol. Onde a paz reina, a temperatura aquece, o silêncio ainda absoluto ou ao som da natureza. Nesta altura do dia as ideias aparecem como cogumelos. A nossa mente está limpa. Pronta a carburar.
Infelizmente não é nesta altura que escrevo no blog. Pois ou estou atrasado para o emprego ou estou a ver um dia em grande pela frente cheio de coisas para fazer e o pc fica para segundo plano.
Por isso, resta-me a segunda hipótese. Quando já toda a gente dorme, o silêncio retoma o seu esplendor. Não há filmes nem series para ver, não há pessoas com quem conversar. Não há mais nada para fazer, para além de escrever. Eu e os meus pensamentos juntos.
O revés da medalha: um dia longo de trabalho e uma cama a chamar por companhia. A lucidez já não é a mesma. Os erros que o confirmam:)
Contudo estudar pela noite dentro sempre foi o meu espaço. Apesar do cansaço, é nesta altura que encontro o maior isolamento. Menos distracções, mais concentração. Sem pressão do tempo, uma noite inteira pela frente. Ainda agora começou.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eurovisão da Canção

Ontem fiquei a ver o Festival da Eurovisão da Canção 2008 com o meu irmão. Há vários anos que não via o festival, também é verdade que Portugal tem falhado algumas das últimas edições. E também é verdade que eu não sou muito de ligar à musica:) Mas continua a ser Portugal. Se vamos torcer pelos futebolistas daqui a uns dias, então porque não deviamos torcer também pelas nossas cantoras? ;)
Até porque pelas reacções da prestação das meias-finais, talvez este ano as coisas podiam ser diferentes. Havia fundamento para conseguir bem mais do que um par de pontos e distanciar-nos dos primeiros lugares a contar do fim:)
Comentava-se positivamente da possante voz da Vania Fernandes ao cantar "Senhora do Mar". Expectativas ainda maiores quando depois de horas a ouvir 25 musicas de outros tantos países, a comentadora da emissão portuguesa diz que de entre os jornalistas internacionais presentes, a nossa Vania foi a melhor.
Bastava agora aguardar pelas votações do público para confirmar as expectativas criadas.
Mas é nesta altura que toca o sino da verdade. Votação após votação, poucos são os países que realçam o valor português. Começa-se a destacar "os suspeitos do costume".
E no final acaba por ganhar a Russia com o cantor Dima Bilan. O mesmo que concorreu há dois anos atrás na Eurovisão e ficou em segundo. E que já trabalhou com cantores consagrados. Por isso rodagem não lhe falta.
Para além desta vitória e o segundo lugar há dois anos, a Russia ficou em terceiro o ano passado. A Ucrânia este ano ficou em segundo, mas já ganhou em 2004. Tal como a Grécia que ganhou no ano seguinte e agora ficou em terceiro. Todos eles habituados a lugares de topo. Mais uns quantos se podem juntar. Os tais "do costume". Será que ano após ano, eles são sempre assim tão bons?
A verdade que verifiquei não o confirma. O que verifiquei é uma realidade bem diferente. E aqui tenho que relembrar que o vencedor é decidido pela votação do público. Do zé povinho. Então quem é que o povinho vai votar? na melhor canção ou no seu país? E resposta da maioria será no seu país.
Mas, naturalmente, um português em Portugal não pode votar na canção portuguesa. Então que opções nos restam? Os países com quem mais nos identificamos, ou simpatizamos, seja por amigos ou familiares. Então pois claro que uma das pontuações mais elevadas atribuidas por Portugal recai sobre o nosso vizinho espanhol. Mas não foi a mais elevada. Os 12 pontos foram reservados para uma nova realidade. Os votos de Portugal não se fazem só de portugueses. Agora existe uma extensa comunidade de emigrantes que também tem acesso ao telefone. E qual é a maior comunidade de emigrantes oriundos da Europa em Portugal? Pois é, a pontuação máxima foi para a Ucrânia:)
Agora façam o mesmo exercício para os restantes países da Europa. Quem tem mais fronteiras? E inter-relações entre países? Nos novos países do Leste as fronteiras contam-se com as duas mãos. Claramente Portugal perde neste capítulo, com uma só fronteira. Talvez se Portugal também se dividisse em três ou quatro novos estados. Seriam pontos a dobrar.
E por onde andam os emigrantes de hoje? Portugal ainda tem uns quantos imigrantes, mas já não é como no século passado. Hoje os emigrantes são do Leste. Curiosamente dos países mais votados.
Estes são os dois factores dominantes na atribuição de votos: empatia pelos vizinhos e os emigrantes. Qualidade da musica? claro que não podemos descartar este factor. Se a música for péssima, em vez de 12 no máximo terá 10:) Mas as canções são tão excepcionais para merecer o destaque? Não sei. O que sei é que a qualidade da canção acaba por só decidir de entre "os do costume" quem é que ganha ou não. Para que não seja sempre o mesmo a ganhar.
Eu não percebo nada de musica, o meu irmão bem me tentou explicar umas coisas mas fiquei quase na mesma:) Mas mesmo não percebendo da qualidade ou falta dela, eu facilmente adivinhava para quem iam as pontuações máximas de cada país. E digo-vos que a minha avaliação em nada tinha a ver com as musicas em si.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Made in China

No fim de semana passado, li um artigo muito interessante. Contava a experiência de "uma finalista do curso de Comunicação Social que passou um mês a tentar escapar aos produtos «made in China»". E realmente é curioso ver a quantidade de produtos que utilizamos no dia-a-dia que é fabricado na China. Pior ainda se contarmos os países orientais. Mas realmente a China é o expoente máximo. Uma das economias mais emergentes. Uma das novas super potências.
Então a reportagem demonstra como é difícil evitar utilizar made in china. Está no telemóvel, no pc, nas canetas, na roupa, na cozinha, no quarto, na sala, no carro, em todo o lado. Por vezes dá um sentimento de revolta que apetece incentivar um boicote mundial sobre o Made in china. Principalmente se pensarmos que a maioria dos bens são produzidos por menores de idade ou sem condições nenhumas. Sem liberdades e à base da "escravatura".
Mas acho que o mundo de hoje não aguentava a privação.
Faz-me lembrar num filme chamado "A day without a Mexican". Eu diria que é um excelente filme, o problema é que nunca cheguei a vê-lo completamente:) Mas a ideia é genial. A sinopse conta-nos que um dia California acorda sem latinos. Simplesmente 14 milhões de latinos desaparecem de um dia para a noite. A dependência é tal, que se instala a confusão na terra Tio Sam. California basicamente pára.
O que é que aconteceria se de repente ficássemos privados de todos os produtos Made in china?
Como tudo na vida, há duas maneiras de ver as coisas. Um negativo e outro positivo.
Podemos dizer que o mundo pára. É inegável a invasão chinesa. Perdíamos grande parte dos nossos bens. Voltávamos à idade da pedra. Claramente o ponto de vista negativo.
Mas eu retiro outro ponto de vista, talvez utópico de mais. Mas bem mais positivo. Sem os produtos Made in China desaparecia os bens materiais que são voláteis. Cada vez mais com o baixo custo chinês. Hoje em dia, facilmente compramos dois produtos pelo preço de um. Um estraga-se, lixo com ele, temos o segundo.
Mas então o que resta? os seres humanos. Aquilo que realmente interessa preservar, alimentar, adorar. Somos nós que interessamos. Não são os bens materiais, o carro, a casa, a roupa. O Humano sim.
E a China em muitos aspectos vai contra esse princípio. Por isso boicote com eles, não digo boicote total, até porque soluções extremas nunca são solução. Mas sempre que podemos privar desses produtos. Acho que sim. Tudo em excesso faz mal. E a nossa dependência da China não parece, mas já é enorme.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Trabalho em Equipa

Hoje fui a uma formação sobre Trabalho de Equipa.
Muito bom a vários níveis, principalmente quando vimos o carro a passar por cima da ponte com sucesso:)
O formador era bom orador, talvez um pouco de mais para o âmbito da formação. Pois por vezes parecia-me que estava numa formação de auto-estima, a levantar a moral:) Mas a verdade é que para estarmos inseridos numa equipa, não nos podemos rebaixar ou desistir. Temos que ter atitude. Ajudar e deixar ajudar. Comunicar, trocar experiências e ideias, partilhar sucesso e insucesso (felicidade ou infelicidade). Unido num objectivo comum. Ser cúmplice e responsável.
Não ser egocêntrico, nem fazer juízo de valor ou estereotipar. Não ser agressivo nem passivo.
E com isso tudo conseguimos: eficácia e eficiência, crescimento pessoal e inter pessoal, motivação, inovação, produtividade, criatividade.
Quantos de vós não ponderaram sobre estes pontos quando inseridos numa equipa de trabalho? seja no emprego ou na universidade ou etc. Não acham bem? eu acho.
Mas e agora se virem numa perspectiva do mundo global? nós todos não estamos inseridos numa grande equipa chamado Humanidade? Trabalhamos pelo nosso bem estar, pela preservação da natureza, por aqueles de quem amamos. Ou conseguimos isso tudo sozinhos? o próximo é o nosso parceiro de equipa.
Faz sentido ver o mundo como uma empresa em que a Humanidade é uma grande equipa que trabalha para o seu futuro. Nós somos os colaboradores, nós somos os clientes.
Aplicamos estes conceitos no nosso dia-a-dia?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Oportunidade

A semana passada escrevi sobre o sentido de oportunidade, que a devemos aproveitar. Hoje vou divagar sobre essas mesmas oportunidades. O ponto de vista que vou partilhar retirei de um filme, confesso que já não me lembro de qual, mas é uma visão interessante e que não posso deixar de partilhar com vocês.
Toda a gente deseja coisas. Para nós ou para os outros. Que o Benfica ganhe, ou que eu ganhe o euromilhões:) ou mesmo coisas mais simples do dia-a-dia, como por exemplo que eu possa ter oportunidade de meter conversar com a rapariga x. Claro que queremos sempre algo, nunca estamos satisfeitos com o que temos. Mas na maioria das vezes as coisas não dependem única e exclusivamente de nós.
Então pedimos a Deus que nos ajude. Fazendo justiça ao que merecemos pedir para que as coisas aconteçam. Mas depois as coisas não correm como gostaríamos e ficamos chateados com os anjos por não nos ajudarem. Contudo, se virem bem as coisas o problema é nosso.
Nós pedimos algo a Deus, mas Ele não nos dá de mão beijada. O que Ele faz é criar as oportunidades para as coisas acontecerem, e nós aproveitamos ou não. Até porque se Deus aceitasse todos os pedidos de toda a gente, um Benfica-Sporting acabava com vitória para os dois lados:)
Por isso, Deus não faz com que os nossos desejos se realizem. Cria é as oportunidades para que os nossos desejos se realizem. No final, nós é que decidimos se acontece ou não.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sentido de oportunidade

De certeza que alguma vez na vida já pensaram: "eu devia ter aproveitado" ou "aquilo é que tinha sido" ou algo do género. Basicamente termos a consciência que perdemos uma oportunidade de fazer algo que gostaríamos de ter feito. Estar no sitio certo à hora certa, mas nada acontecer.
Pois eu já. E já foram inúmeras vezes. Não sei se sou só eu, do meu modo de ser. Calmo, penso/pondero demasiado, deixo as coisas fluir, sem stresses. Tentar acertar no momento ideal. E o momento perde-se.
"Oh tempo, volta pa trás".
A verdade é que não volta. Não há duas situações iguais. Podemos tentar alinhar novamente os astros, mas eles não voltam ao sitio. O momento...puff, foi-se.
Por isso não há que esperar, não há melhor momento que o agora.
Também não digo que é preciso ser impulsivo e irracional. Pensar ou ponderar é bom. Pois também já me safei das boas, pela "não reacção".
Mas é preciso não deixar fugir as oportunidades. Elas não se repetem. Mais vale agora do que nunca.
O futuro só a Deus pertence, seja ele bom ou mal.