domingo, 29 de novembro de 2009

Tamagoshi enfadonho

"Que enfadonho". Claro que é levado na brincadeira.
Mas temos que saber se provoca uma reacção positiva ou negativa. É que toda a gente tem uma sensibilidade diferente. Cada pessoa tem uma personalidade mais marcante ou não, e que possa ser influenciada por tais comentários.
Eu pessoalmente levo as coisas na brincadeira e dificilmente sou afectado por isso.
Contudo, sejam sérios ou brincadeiras, comentários podem levar a mal entendimentos. Podem ser entendidos num contexto errado. Até porque por vezes essas afirmações têm por base algum fundamento, alguma teoria, algum boato.
Para isso há que saber falar, seja para refutar, seja para entrar na brincadeira. Pois no fundo o que se quer é alegria e boa disposição:)
Ou então não. Se não gostarmos, facilmente terminamos as coisas se ignorarmos.
É que gozar com alguém só tem piada se provocar alguma reacção, seja do afectado, seja de alguém presente. Só assim tem piada.
Deixem-vos contar uma historia de infância.
Quem se lembra do brinquedo japonês chamado Tamagoshi? Há uns anos atrás ele estava muito na moda. E tendo eu descendência oriental facilmente fui associado a ele. Então um colega meu decidiu começar a chamar-me de Tamagoshi. Só que eu nunca lhe dei bola. Até que um dia ele pergunta-me se eu não me afecto com tal insinuação. Eu simplesmente respondo-lhe que sei o que sou e quem sou. E não é por me chamarem de Tamagoshi que vou tornar-me num. A partir desse dia, ele nunca mais me chamou qualquer outro nome que não o meu próprio.
Eu já afirmei que não acho bem gozar com outras pessoas, de falar mal mesmo na brincadeira. Principalmente se a outra pessoa levar a mal tal comentário. Mas também há que saber brincar, divertir. Há que ter espírito e humor. Pois rir faz bem ao espírito e à saúde. Se me retratassem no Contra-Informação, eu levava na boa. Era sinónimo que eu tinha alguma fama, só espero que fosse boa fama:D

domingo, 22 de novembro de 2009

Dança com lobos

É incrível o mundo que observamos à nossa volta. Como se comporta o ser humano. Há uns tempos atrás diria que o nosso comportamento é demasiado complexo para prever. Os sociólogos que o digam se sim ou não, eu neste momento acho que não. Naturalmente que é difícil. Naturalmente não é uma ciência exacta. Naturalmente que eu não vou saber o que a pessoa ao meu lado vai fazer no próximo instante. Mas de um modo geral podemos dizer o que poderá acontecer. (ainda continuo a ler o Predictably Irrational:D)
Mas...
...achei interessante ver como é que grupos de homens e de mulheres se movimentam numa pista de dança. Não propriamente o modo como dançavam. Mas onde o fazem. Não é que seja um segredo oculto, antes pelo contrário. Mas como foi o que me passou pelos meus pensamentos, aqui ficam eles:)
Portanto há os casais e os grupos de amigos que incluem homens e mulheres. Ai tipicamente fecham-se nos seus próprios grupos e divertem-se entre si independentemente do local, e por isso não é desses que pretendo focar hoje. Agora se falamos de grupos só de homens e grupos só de mulheres o tema ganha um interesse especial de observação. Pois são entre esses grupos que se encontra maior interacção. Numa linguagem mais corrente, são eles que andam à caça;)
Então o que fazem elas. Marcam um publico alvo e deslocam-se para as suas vizinhanças onde expõem todo o seu esplendor. Mas passados uns minutos, sem reacção positiva por parte dos visados, uma deslocação de alguns metros para o lado é feito. Certamente não foi porque a música dois metros ao lado está melhor. Estava na altura de trocar de vizinhança. Então deslocam-se uns metros para o lado à procura de novos olhares. E assim se repetem, percorrendo a pista, até que haja um teste positivo, ou que o galo cante. Normalmente são grupos pequenos de 2 ou 3 raparigas, pois lhes permite ter mobilidade pela pista fora. Quando o grupo é numeroso a historia é outra. A gama de escolha e o alcance é maior. E por isso basta escolherem um local para nidificar que rapidamente são rodeados por lobos à procura da sua ovelha.
Sejam lobos ou águias a abordagem é a aproximação sem afugentar a presa. Rodear e conhecer o território. Os lobos vagueiam pela multidão a ver onde está a melhor presa. As águias analisam o terreno à distância antes de fazerem o seu voo picado.
A diferença com o National Geografic é que aqui a vantagem numérica dos caçadores não é vantagem. Pois a presa não é divisível:) Por isso facilmente um grupo torna-se num solo. Menos concorrência. E uma das razões porque somos indecisos é haver mais do que uma opção.
Em qualquer dos casos, o expositor é montado e quem tem que dar a mão é o cavalheiro. É que entre nós ainda está enraizado esse preconceito que é o homem que tem que tomar a iniciativa. Não deixa de ser um facto que as nossas noites contrariam a ideia que há mais mulheres na terra do que homens. E portanto quando a oferta é menor que a procura sabemos que o seu valor aumenta. Mas também é um facto de que quem sai a perder com isso são mesmo os dois.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Why technology?

Ahhh pois é.
Cada vez mais a nossa sociedade está embrulhada num mundo tecnológico. São computadores, são telemóveis, são aparelhagens, são televisões, são carros electrónicos, são luzes, câmara, acção.
A electricidade, os circuitos, os transístores estão por todo o lado. Não é que me vou queixar de agora encontramos redes sem fios por todo o lado. Estarmos rodeados de radiações de telemóveis. Não, não é isso. Porque há muito que temos transmissões de rádio ou satélites.
Mas não estamos nós a ficar viciados em tecnologia? Tudo em excesso faz mal devia ser aprovado como um axioma que demonstra que podemos estar a percorrer um caminho perigoso. Será a saga do Terminator uma utopia?
Não é que seja propriamente mau. Até porque ninguém pode negar que o telefone e a internet vieram encurtar distâncias em tudo. Não podemos negar que um despertador é mais eficiente que o cantar do galo. Não podemos ignorar que uma maquina de lavar loiça ou roupa nos livra de uma carga de trabalho. Basicamente as máquinas vêm nos facilitar a vida. Tornando as coisas mais eficientes e eficazes.
Mas o reverso da medalha é quando elas falham. Estamos a chegar a um ponto de dependência que já não sabemos o que fazer sem elas. Cai o Carmo e a Trindade se nos falta a luz. Os deuses estão loucos se o carro avariar ou o telemóvel não funcionar. Estamos viciados. Que a brigada anti-doping não nos apanhe:)
Por isso há que saber voltar ao básico. Valorizar o que realmente interessa, o próximo e a vida.
Eu tenho de fazer meia culpa, estudei na área, trabalho na área e vivo na área da tecnologia. Mas adoro fazer actividades outdoor, adoro o convívio e o contacto pessoal, adoro sol, luz e natureza, e pois claro adoro windsurf:)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Futuro só a Deus pertence.

Já alguma vez pensaram no controlo que temos nas nossas vidas?
Não imagino que possamos estar dentro do Matrix, mas há tanta coisa que não controlamos que parece insignificante o nosso poder. É claro que somos nós que decidimos se fazemos o bem ou o mal. Se vamos pela esquerda ou pela direita. Claro que mesmo as nossas pequenas decisões influenciam a nossa vida. Como a percorremos, como a moldamos, como a criamos.
Mas ninguém prevê se amanha não vamos estar envolvidos num acidente. Ninguém consegue controlar e antecipar com exactidão o comportamento do próximo. Ninguém controla o meio que o envolve. Ninguém pode, consegue, sabe ao certo.
Por exemplo, a minha viagem do Cairo para Dahab. Planeei ir de autocarro de Sharm El Sheikh para Dahab, mas acabei por me aventurar ainda mais e ir na companhia de backpackers na traseira de uma pick-up:)
Ou por exemplo, neste momento estou à espera para ir à medicina do trabalho, quem sabe se eles descobrem que eu tenho uma doença rara e maligna, e que me vai obrigar a mudar de vida, a passar a ir regularmente ao hospital, a tomar mil e um medicamentos só para tentar voltar à vida que sempre conheci?
Ou nunca sabemos quem vamos encontrar ou conhecer ao virar da esquina. Quem sabe se aqui na recepção não vou conhecer a mulher da minha vida? ;) Então nestas viagens pelo mundo fora, principalmente a solo, acabamos por conviver e conhecer muita gente. Não é que vamos manter contacto com todos eles, mas um ou outro há-de ficar.
A vida está cheia de imprevistos. E ainda bem, é isso que dá alegria e faz mover as nossas vidas. A minha ida para Dahab deu-me uma experiência e uma história para a vida, muito mais do que podia imaginar. Não teria gozo uma vida onde poderíamos planear e antecipar tudo o que iria acontecer. Seria uma vida sem sal.
Claro que podemos e devemos planear para prevenir o futuro e acautelar imprevistos indesejados. Mas temos que compreender que não conseguimos controlar tudo.
No fundo a única coisa que podemos realmente fazer é estar atento à convocatória e tomar em consciência as nossas próprias decisões. Estar atento às oportunidades. E a cima de tudo saber viver com tais opções e as suas consequências.