quinta-feira, 27 de março de 2008

Silêncio

Um dos órgãos mais sensíveis do corpo humano: Ouvido. Constituido por minúsculos ossos sensíveis a qualquer vibração.
O melhor som que eles poderão captar será a ausência de som, o silêncio. Ou quanto muito o som das ondas a bater na praia ou os pássaros a cantar no meio de arvoredo, a suavidade da própria natureza que de perfeito tem tudo.
Mas numa sociedade cada vez mais concentrada nas grandes cidades. Cada recanto que não esteja colado a uma via de grande movimento é ouro. A circulação rodoviária/ferroviária é um dos grandes gerados de ruído, e numa cidade como Lisboa, é difícil encontrar uma casa que seja silenciosa. Eu que o diga das muitas casas que tenho visto para comprar. Na maioria ouve-se carros a circularem. Se não é carro é comboio, se não é comboio é avião, há sempre qualquer coisa. Também há que dizer que não procuro em qualquer zona de Lisboa. Claro que comprar casa numa zona com bons acessos é uma mais valia, nós passamos a vida em movimento.
Mas também não é só do exterior que vem a quebra do silêncio. Dentro de portas o ruído poderá por exemplo ser uma máquina, como um computador do século passado que tem uma ventoinha que mais parece um aspirador. Ou mesmo a própria voz humana que nos desvia a atenção.
Talvez por isso, eu tenho tendência a reservar o meu tempo de estudo para horas mais tardias. Quando toda a gente dorme e o silêncio predomina, lá estou eu a estudar. Também ajuda à concentração ser o período do dia onde somos sujeitos a menos interrupções, onde há menos coisas para fazer que não seja concentrar. Quem diz estudo, também diz escrever um blog. Grande parte dos meus textos foram escritos às tantas da manhã. Provavelmente não é a altura do dia que mais ideias tenho, mas realmente é a altura onde melhor me abstraio de tudo o que me rodeia e melhor me concentro. Existe um silêncio e uma paz eterna.
É isso que o silêncio transmite. Ausência de ruido, de problemas, de interferências. Transmite sossego e calma às atribuladas vidas que levamos. Ficamos só com o que realmente interessa.

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