sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Prazer ou Felicidade?

Diria que ambos os casos são capazes de nos provocar um sorriso na boca. Diz-se que sorrir faz bem à saúde.
Mas haverá um melhor que o outro? Do tipo: o leite de soja é melhor que o leite de vaca? Um tem o cálcio que o outro não tem, mas há quem diga que é indigesto ao corpo humano.
Na minha modéstia opinião, claramente existe um melhor que o outro. E já não estou a falar do leite, pois esse para mim é de soja. Prazer ou Felicidade. Naturalmente são conceitos diferentes. E pelo seu efeito positivo toda a gente os procura, mesmo em tempo de crise.

Mas diria que o prazer é uma reacção física do nosso corpo a uma sensação de bem-estar. Num mundo material que vivemos, muitos são os estímulos que nos provocam prazer. Por exemplo, comer doces ou um prato bem confeccionado. Um simples beijo. Jogar à bola ou ouvir música.
Ou seja, o prazer é algo material, volátil. Temos prazer em comer uma barra de chocolate, mas quando terminar, o prazer também termina. E por vezes o desejo por mais prazer acaba na gula por comer demais ou na ganância por ter demais. Ou por não ter pode levar-nos à inveja por quem tem. Mas por simplesmente ter, poderá ser luxúria. Facilmente enumeramos quatro dos sete pecados mortais. Aos quais podemos ainda juntar a raiva/ira por não conseguir ter ou a vaidade por conseguir ter. E facilmente associamos a preguiça ao prazer dos lençóis.
Contudo prazer não deve ser visto com um pecado. Como tudo na vida, o nosso destino é feito de escolhas. E o prazer só se torna pecado se o escolhermos para tal. Pois se não houvesse prazer no sexo o homem não se reproduzia. Ou o prazer a comer, o instinto humano não saberia que seria necessário alimentar o corpo.
Por isso, o prazer tem uma função importante na vida e sobrevivência da espécie humana, mas estando associado a algo material facilmente cai em pecado.

Por outro lado, a felicidade não é uma reacção física, mas espiritual. É um estado de espírito que não se delimita na matéria e vai muito mais além. Eu sou feliz por ser solidário para com os outros. Eu sou feliz por os meus pares se darem bem. Eu sou feliz por cumprir objectivos e ser recompensado. Eu sou feliz por ter família e por ter amigos. Eu sou feliz por participar e interagir na vida de quem mais amo, esteja onde quer que seja.
É um conceito que por não ser material nem físico também não é quantificável. Ao contrário do chocolate que ao acabar também acaba o prazer. A felicidade não termina. Poderíamos dizer que enquanto nos lembrarmos desses momentos felizes, somos felizes. E acreditando na vida eterna depois da morte, havemos de continuar felizes para sempre.
Ou não. O oposto de felicidade é a tristeza, que do mesmo modo também é um sentimento espiritual. E nós não somos felizes porque simplesmente queremos, somos porque o sentimos ou não. É por isso que é mais fácil ter prazer do que ser feliz. Pois o prazer é uma reacção das nossas acções. Mas apesar da felicidade não estar sobre o nosso domínio, pelo menos podemos escolher o destino que nos leva ao sentimento de felicidade.

Por isso, eu não procuro prazer na vida. Mas sim, ser feliz da vida.

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