quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A ciência é exacta, mas por falta de informação, nós tornamo-la incerta e errada.

Em termos físicos, como é que sabemos o que está à nossa volta? o que é real? com o que é que contamos e podemos esperar do que está ao nosso redor?

Sabemos através dos nossos vários sentidos. Seja o olfacto, a visão, a audição, etc. Mas todos eles baseiam-se num princípio básico. É que o que nós sentimos é uma reacção do mundo que nos rodeia. Uma resposta aos nossos sentidos. Eu pouso a mão sobre uma mesa, porque a mesa "me manda" parar. Pois atómicamente, a energia que liga os átomos da mesa não deixam que os átomos da minha mão continuem a avançar. Num par acção-reacção. Tal como a nossa visão. Nós só vemos porque existe luz que é reflectida nos objectos, e que é captada e interpretada pelos nossos olhos.
O mesmo se passa com a comunicação. 
Uma comunicação só é eficaz se conseguirmos retirar alguma resposta ou reacção. Melhor, se conseguirmos retirar alguma resposta útil. Pois uma resposta por si só carece sempre de interpretação. A linguagem que usamos nem sempre é linear. As vezes que falamos por metáforas. O tom irónico que pode dar sentido oposto. Dizer coisas a brincar que muitas vezes têm algum carácter de verdadeiro. Nem sempre é fácil interpretar.
O ignorar, o mudar de conversa, o desviar a pergunta, a omissão de resposta, por si só  pode ser considerado como uma reacção. Por vezes tão válida como um sim ou um não. Mas de interpretação tremendamente difícil. Pois estamos a lidar com falta de informação, que pode vir de falha de informação. E essa possibilidade leva-nos a duvidar da nossa interpretação. Para mim, essa é a pior reacção que me podem dar. Ignorar. Ao ponto de achar que é uma falta de respeito. Dentro do possível eu tento responder sempre. 
Exemplo prático: Organização de um jogo de futebol. Tenho um numero limitado de lugares disponíveis e convido o mesmo número de pessoas. Ou mais algumas de margem, pois também não gosto de convidar para depois dizer que afinal já não dá. Os convites são feitos por sms ou email, mas os convidados não respondem. Desta omissão de resposta, não sei interpretar se as pessoas ainda estão por responder, ou se ainda não chegaram a receber/ler o convite ou simplesmente se estão a ignorar. Preciso de saber se vão ou não, pois pode haver a necessidade de convidar mais gente. Eu tenho o prazer de os convidar e nem tenho como resposta um simples sim, ou não, ou mesmo talvez. Eu sinto como falta de respeito. Tu não?
Naturalmente que depois a comunicação tem que passar de assíncrono para síncrono. Mas obriga-me a "melgar" as pessoas, de ir atrás das mesmas, de chateá-las. O que não gosto de fazer.
E estou a falar de um simples jogo de futebol. Extrapolando para o nosso dia-a-dia. Para a nossa própria vida podemos estar a falar de outra dimensão.
Para quem segue o meu blog ou para quem me vai conhecendo, sabe que na minha opinião, a comunicação entre as pessoas é essencial. Principalmente uma comunicação construtiva e não destrutiva. Compreendo que haja situações que nem sempre é fácil dar uma resposta concreta. Mas é por isso que existem palavras como: não sei, nin, talvez, etc. É um facto de que carecem de exactidão, mas representam a verdade actual. 
Imaginem um pedido de casamento num local romântico retirado de um filme de hollywood. O homem tira o anel do bolso e pergunta: "Querida, queres casar comigo?". À qual a mulher baixa os olhos para o cardápio e responde: "Vamos comer lagosta ou gambas? O que é que preferes? Lagosta parece-me bem.". Agora imaginem-se no lugar do homem...
A ciência é exacta, mas por falta de informação, nós tornamo-la incerta e errada. Dai os erros da vida.

Sem comentários: