terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Meaning of life

Depois da tempestade vem a bonança. O velho ditado lança nos um repto de esperança. Quando batemos no fundo não haverá outro caminho a tomar que não o de subir.

Já me disseram que eu tenho uma visão sombria sobre o sentido da vida cá na Terra. Nada a ver com o filme cómico dos Monty Python. Mas como tudo vida, tudo depende do ponto de vista de observação. Não sei, digam-me vocês.
Basicamente, afirmando francamente e friamente, nós estamos cá nesta vida humana para sofrer.
Agora o porquê e o modo de interpretar tais palavras.
Quando é que sentes mais falta de alguma coisa? Quando não a tens. Tão simples quanto isso.
Eu acredito que depois desta vida podemos atingir a felicidade eterna no céu. Mas para isso é necessário saber valorizar a felicidade. Como é que a da-mos valor? Quando não a temos. Ou seja, quando estamos em baixo, quando estamos a passar por um mau bocado, quando somos infelizes. Só assim sentimos falta da felicidade e a da-mos valor. É o abc da economia, quanto maior for a procura, maior será o seu valor.
Agora a questão será: o que nos faz feliz? Do que é que necessitamos e não temos? Tal como os gostos, que não se discutem, o que nos trás felicidade difere de pessoa para pessoa. Depende das nossas necessidades, das nossas ambições, das nossas expectativas, dos nossos sonhos, dos nossos limites. E onde o limite social toma peça essencial. Não é difícil de imaginar que as ambições de quem nasce numa sociedade ocidental é diferente para quem nasce num país africano subnutrido.
Já o disse noutras ocasiões, mas no meu caso essencialmente o que me faz feliz é ver o próximo feliz. Só esse simples facto já me deixa satisfeito.

Não quero com isto dizer que devemos procurar ser infelizes e desistir. Antes pelo contrário. Até porque não sentimos falta de uma coisa pela ausência da mesma, mas porque a queremos não a conseguimos ter.
Para além disso, é nos piores momentos que mais exigimos de nós próprios, e onde podemos crescer mais. É na batalha contra o mal que se forjam os grandes homens. Não evoluímos se ficarmos sentados debaixo da bananeira. Se tivermos tudo oferecido numa bandeja não aprendemos. Temos que ir a baixo e aprender a subir.
Ir ao fundo. Ao bater no fundo podemos imaginar que estamos na raiz, a descobrir os conceitos básicos da vida para reconstruir um futuro melhor. Olhamos de baixo para cima e traçamos metas sobre uma visão global e completa. Pois do chão só podemos olhar para cima. Mas se subirmos uns degraus, passamos a ter duas visões, para cima ou para baixo. E nunca conseguiremos observar para onde vamos, se para cima ou para baixo, simultaneamente. Por isso, ao bater no fundo, dá-nos a oportunidade única de repensar e analisar correctamente o futuro onde o céu é o limite. A felicidade eterna.

Faz praticamente uma semana que a terra tremeu sobre o pobre povo do Haiti. Não pára de passar na televisão notícias de sofrimento e de tristeza. Sem água, sem comida, sem as condições mínimas de vida. Feridos amontoam-se nos hospitais improvisados.
Mas por outro lado é nestes ambientes que encontramos o altruísmo extremo. Gente que abdica da sua rotina diária para salvar e ajudar aqueles que mais precisam. Sejam por ócios do ofício ou por vontade própria de um voluntário. O prazer de ajudar sem pedir nada em troca. Basta ver um sorriso genuíno de felicidade de outra pessoa.

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